Taxas de natalidade e fecundidade declinam na região

Levantamento da Fundação Seade mostra comparativo entre os anos de 2014 e 2018; para sociólogo, diversos fatores influenciam neste cenário de queda

REGIÃO - THIAGO MORELLO

Data 08/01/2020
Horário 04:00
HR de Prudente - Segundo sociólogo, cada vez mais os filhos são planejados pelas famílias
HR de Prudente - Segundo sociólogo, cada vez mais os filhos são planejados pelas famílias

Respectivamente, as taxas de natalidade e fecundidade analisam a quantidade de nascidos vivos, anualmente, por mil habitantes, e traçam uma estimativa do número médio de filhos que uma mulher teria até o fim de seu período reprodutivo (15 a 49 anos). Certo é que, pensando nesse cenário na região de Presidente Prudente, um levantamento da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) mostra que tais índices declinaram, pelo menos na média geral, quando comparados no período entre 2014 e 2018.

Separadamente, a situação é da seguinte forma: no que diz respeito à taxa de natalidade, a média regional foi de 12,18 para 11,16. Isso quer dizer que, no ano passado - último dado lançado -, a cada mil habitantes, nasceram aproximadamente 11 crianças. Por outro lado, a cada um mil mulheres, a estimativa de filhos existentes é de 44 a 45, uma vez que a taxa de fecundidade geral é foi de 47,72 (2014) para 44,66 (2018).

Para o sociólogo Heitor Ribeiro, a tendência de famílias menores já ocorre há alguns anos, o que, para ele, é um dos resultados do declínio das taxas, já que “são vários fatores que explicam isso”. Um deles, muito importante, “é a emancipação da mulher e a entrada no mercado de trabalho”. “Nos anos 1940, por exemplo, épocas de taxas altíssimas por família, a mulher estava no ambiente doméstico cuidando dos filhos. Isto mudou e a tendência é de famílias menores”, completa.

Mas isso não deixa de ser algo positivo, quando o sinônimo é o planejamento familiar. O que o sociólogo explica é que as pessoas estão mais conscientes, analisam o gasto que os filhos dão, já que há sim um fator econômico envolvido. “Entra nas famílias planejadas. Os filhos sem planejar/esperar já foram maioria nos nascimentos. Hoje não são mais”, destaca. Mais instrução, planejamento familiar e casamentos mais tardios são todos fatores relacionados.

Outros pontos ligados, conforme Heitor, mesmo que numa proporção menor, também influem diretamente, quando analisada essa situação. Como, por exemplo, “fator religioso, taxas de divórcios, casamentos tardios e o fato da mulher não aceitar mais a submissão”, complementa o especialista.

OSCILAÇÃO ENTRE

OS MUNICÍPIOS

Mesmo que no final a média tenha retraído, em alguns municípios a oscilação foi para cima, ou seja, com crescente nas taxas. Na maioria dos casos, a situação acarreta as cidades com menor número de habitantes. À reportagem, Heitor diz que, nesses locais, “mais bairristas”, alguns ainda seguem tendência no sentido contrário. “A mulher é dona de casa, ou trabalha um período e tem mais filhos. Por ser cidade menor, a família está mais perto para ajudar a cuidar desses filhos”, analisa.

E questionado sobre os municípios maiores terem também um grau de instrução maior, o sociólogo confirma que existe uma ligação. “As prioridades da vida, ter faculdade e pós-graduação, para depois casar e ter filhos, por exemplo”. “Numa cidade pequena este planejamento não será tão marcante quanto numa cidade maior e mais desenvolvida. Até se você buscar, os casamentos em cidades menores tendem a ser mais precoces”, ressalta.

CENÁRIO REGIONAL

Localidades

Taxa de natalidade (por mil habitantes)

Taxa de fecundidade geral (por mil mulheres entre 15 e 49 anos)

2014

2018

2014

2018

Adamantina

10,96

11,21

42,37

45,25

Alfredo Marcondes

10,23

15,04

42,83

64,48

Álvares Machado

13,78

13,33

51,93

51,17

Anhumas

10,44

14,29

38,72

54,16

Caiabu

11,98

9,76

47,02

40,28

Caiuá

8,92

8,93

35,69

36

Dracena

10,99

11,37

42,88

45,8

Emilianópolis

10,17

11,1

39,85

43,98

Estrela do Norte

10,55

10,9

40,52

43,48

Euclides da Cunha Paulista

10,93

12,29

40,22

46,23

Flora Rica

11,95

6,81

47,96

29,1

Flórida Paulista

9,74

7,76

41,48

34,41

Iepê

11,89

13,61

45,36

53,45

Indiana

15,81

12,54

59,89

49,42

Inúbia Paulista

10,43

11,19

39,39

43,17

Irapuru

8,3

7,95

41,23

40,72

Junqueirópolis

12,72

12,07

53,09

51,59

Lucélia

10,12

9,28

41,49

38,93

Marabá Paulista

7,01

6,93

36,36

36,84

Mariápolis

11,92

9,08

47,67

37,27

Martinópolis

11,89

11,94

47,42

48,84

Mirante do Paranapanema

12,33

9,53

48,53

38,44

Monte Castelo

14,15

12,25

56,21

49,85

Nantes

14,01

11,33

50,19

40,48

Narandiba

20,43

13,96

72,61

51,04

Nova Guataporanga

15,11

15,08

63,34

62,5

Osvaldo Cruz

10,87

10,45

43,52

42,86

Ouro Verde

14,4

12,11

53,99

46,07

Pacaembu

8,59

8,17

41,96

41,85

Panorama

16,99

13,53

62,98

50,77

Paulicéia

17,99

13,02

67,26

49,08

Piquerobi

9,9

8,77

37,35

34,37

Pirapozinho

11,83

11,38

42,22

41,99

Pracinha

7,31

4,14

51,85

28,3

Presidente Bernardes

9,96

10,07

38,45

40,37

Presidente Epitácio

13,01

11,9

47,51

44,66

Presidente Prudente

13,5

13,75

48,86

51,65

Presidente Venceslau

11,69

10,5

44,91

42,03

Rancharia

13,26

12,9

49,55

49,96

Regente Feijó

13,33

11,87

49,52

45,72

Ribeirão dos Índios

8,31

10,24

33,03

41,75

Rosana

12,49

11,3

44,77

42,28

Sagres

13,49

13,12

53,07

51,67

Salmourão

9,33

13,66

36,48

53,45

Sandovalina

15,88

9,98

57,51

36,9

Santa Mercedes

15,25

8,53

59,97

33,38

Santo Anastácio

11,13

10,41

42,52

41,73

Santo Expedito

14,27

13,27

56,63

54,17

São João do Pau d'Alho

10,73

8,98

44,44

38,3

Taciba

12,99

13,53

48,44

51,33

Tarabai

13,39

13,17

47,89

47,67

Teodoro Sampaio

16,59

14,94

58,85

54,02

Tupi Paulista

12,42

8,02

51,53

33,93

MÉDIA DA REGIÃO

12,18

11,16

47,72

44,66

Fonte: Fundação Seade

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