TCC aborda acessibilidade nos meios de comunicação

PRUDENTE - Estevão Salomão

Data 04/12/2015
Horário 06:59
 

Foi divulgado na manhã de ontem, no auditório Azaleia, do campus 2 da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), o vídeo institucional "A Oitava Cor", direcionado à Associação Filantrópica de Proteção aos Cegos, de Presidente Prudente. Uma produção fruto de um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), dos alunos do curso de Jornalismo da Facopp (Faculdade de Comunicação de Presidente Prudente), que têm por objetivo ressaltar a importância da acessibilidade nos meios de comunicação, bem como ampliar a informação na busca pela igualdade e acessibilidade.

O momento foi considerado duplamente histórico aos aproximadamente 100 espectadores, divididos em pelo menos 30 assistidos da associação; professores; representantes municipais; alunos; e funcionários da Facopp, uma vez que ontem foi comemorado o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, e a conclusão do trabalho representa para a instituição o primeiro produto jornalístico de acessibilidade.

 

Responsáveis


Entre os integrantes do grupo responsável pelo desenvolvimento do projeto, - composto pelos alunos Caroline Ghirotto; Thaís Ferreira; e Wesley Colati, do 8º termo do curso -, o estudante Evandro Batista explica que o vídeo, entregue no final da exposição para cada um dos inscritos, contém quatro versões de 12 minutos e conta a história de sete deficientes visuais, que tiveram as vidas transformadas pela entidade. Narrativa que possibilita o amplo entendimento, inclusive dos cegos, através das versões em libras; closed caption ou legenda oculta; audiodescrição; e a normal. "Esta é a exibição do vídeo institucional. Já a banca final ocorrerá no dia 9", acrescenta Evandro.

Sobre o significado do nome "A Oitava Cor", a aluna Caroline Ghirotto informa que remete às sete cores do arco-íris, que, juntas formam o branco, que, por sua vez, representa a cegueira, como observado pelo livro "O Ensaio Sobre a Cegueira", do escritor José Saramago.

De acordo com a professora orientadora do TCC, Thaisa Bacco, a intenção é que o produto, além de divulgar as ações da associação, coloque em pauta a função do jornalismo na inclusão, uma técnica que, segundo ela, está prevista em lei, porém, "não sai do papel".

Visão compartilhada pela secretária da SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social), Regina Helena Penati Cardoso Ferreira. Para ela, a junção entre mídia e visibilidade é o combate à desigualdade. "Espero ver cada vez mais profissionais com esta perspectiva", diz.

Ponto de vista aumentado se analisados os dados do IBGE (Índice Brasileiro de Geografia e Estatística), que em 2010 registrou 15 mil deficientes visuais em todo município.

 

Associação


Conforme a coordenadora da Associação Filantrópica de Proteção aos Cegos, Eliete Margutti, os 98 assistidos atualmente, entre cegos e com baixa visão, agradecem a iniciativa e o apoio que receberam dos alunos, desde o princípio da construção, iniciada em março. "É muito gratificante este contato e esta caminhada conjunta", analisa.

A deficiente visual Luzia Mantovani, 67 anos, comenta que este é "um desafio", mas que confia em todo o potencial e profissionalismo dos envolvidos. "Precisamos de reconhecimento perante toda a sociedade", reforça.

 

SAIBA MAIS


ENTIDADE

A Associação Filantrópica de Proteção aos Cegos foi fundada no ano de 1939, e é a única entidade especializada no atendimento de pessoas com deficiência visual na região do oeste do Estado de São Paulo. Ao longo desses anos, a unidade oferece atividades pedagógicas, culturais e ocupacionais para 98 pessoas cegas ou com baixa visão.
Publicidade

Veja também