Estão abertas, até o dia 15 de agosto, as inscrições para participação no Teatro Negro, grupo criado pelo Nupe (Núcleo Negro da Unesp para Pesquisa e Extensão Universitária), com apoio da Proec (Pró-reitoria de Extensão Universitária e Cultura da Unesp). A participação é aberta a toda comunidade (acadêmica e externa), e os interessados devem se inscrever por meio de formulário on-line (https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeKGpvPwtoiXmJY3CsaQM5Pm0ccQCX9ktZPSoi8tIBpbP31uA/viewform).
“Temos dois momentos importantes durante a semana: um presencial, quando trabalhamos o conteúdo específico das oficinas teatrais e outro momento dedicado para as leituras e debate sobre essas outras temáticas transversais que envolvem a negritude. A gente sempre tenta mesclar de maneira interdisciplinar os conhecimentos para utilizar da arte como uma forma de emancipação”, explica uma das coordenadoras do Teatro Negro, professora Dra. Sueyla Santos.
O objetivo é construir um espaço de resistência, criação coletiva e valorização das expressões artísticas negras, reafirmando o compromisso com a arte como forma de denúncia, memória, identidade e transformação.
A ideia da criação do grupo teatral veio de conversas com a atriz e doutoranda em Educação na FCT (Faculdade de Ciências e Tecnologia), Amanda Pessoa. Ao falarem sobre as demandas que tinham como foco a permanência estudantil e o fortalecimento das ações afirmativas, as pesquisadoras buscaram no teatro uma possibilidade de abordar sobre a temática da negritude.
“Eu utilizo metodologias de figuras como Augusto Boal, Abdias do Nascimento, jogos teatrais de Viola Spolin. A ideia é trabalhar com o social, com o político, com a representatividade e trazer proximidade e interação por meio da linguagem artística. Eu gosto muito de proporcionar que as pessoas possam escrever, perder o medo da escrita e da atuação e serem autoras dentro de um processo que eu acredito que é o colaborativo, onde todos podem ser protagonistas dentro da encenação”, explica Amanda, que é formada em artes cênicas pela UFGD (Universidade Federal Grande Dourados).
O teatro foi o instrumento de expressão escolhido por ser referência expoente de intelectuais negros brasileiros, como o dramaturgo Abdias do Nascimento, fundador do TEN (Teatro Experimental do Negro), que além de abordar a representatividade no campo artístico, descobriu outros potenciais no campo da pesquisa.
“A gente busca que a Unesp seja um espaço mais acolhedor para os jovens negros. O teatro é um espaço que a gente pode tratar de uma temática tão dura como o racismo de uma maneira mais leve e com uma sensibilidade poética. Nós acreditamos que a cultura é fundamental na universidade, e a partir dela conseguimos desenvolver nossos objetos de pesquisa com maior profundidade. Dados e indicadores são importantes, mas conhecer as pessoas também é. E a arte e a cultura aproximam as pessoas e dão essa possibilidade pra gente, enquanto professor, de realmente conhecer nossos alunos”, finalizam.
SERVIÇO
As atividades semanais do Teatro Negro da FCT Unesp são realizadas às terças-feiras, das 17h30 às 19h, no Bloco 5 da FCT Unesp. De setembro a dezembro, o grupo vai se dedicar a uma peça teatral autoral, que será apresentada durante o V Festival Ocupação Preta e o I Congresso de Estudos das Relações Étnico-raciais da Unesp (Universidade Estadual Paulista).
AI da FCT Unesp Presidente Prudente
De setembro a dezembro, o grupo vai se dedicar a uma peça teatral autoral