Nas épocas de festas religiosas, como Páscoa e Natal, é pouco útil combater o comportamento secular das pessoas. Em tempos de escuridão, quando falta entendimento para uma miríade de temas e assuntos quotidianos, importa acender uma luz, fazer brilhar “a” Luz. E não é outra coisa senão esta celebrada no Natal: o nascimento de Jesus, a Luz do mundo que veio por amor para curar e salvar, resgatar e conduzir ao Pai.
O profeta Isaías a seu tempo constatou: o povo que andava nas trevas viu uma grande luz. A Luz do mundo veio ao nosso encontro; embora os seus não a tenham recebido, ela continua a brilhar. Nada pode apagar o brilho dessa luz, nem mesmo uma pandemia. Ela fustiga toda treva, livra todo homem da escuridão do medo, do pecado e da morte. Sendo a vida humana uma travessia, ela veio para ajudar a humanidade atravessá-la.
Os anos contados numa existência é travessia do caminho, daqui para lá. O lá da eternidade nos aguarda porque ele nos visitou aqui no tempo, efêmero, contingente, transitório, frágil, frágil, frágil... fazendo-se um exemplar humano como todos os outros seres humanos. Assim, a tal e tão pobre e frágil condição foi elevada em dignidade, nobreza e beleza. Já não há mais o que temer. A hostilidade do mundo continuará, mas a bondade divina nos protegerá.
É feliz quem se deixa iluminar e com isso se torna um iluminador. É feliz quem não tem medo dessa noite e não se fecha ao outro – a nenhum outro. É feliz quem encontra, mesmo no distanciamento físico por causa da pandemia, uma forma de encurtar as distâncias e de vencer a frieza da indiferença mortal. Natal é tempo de encontro. Natal é tempo de nascimento, de vida. Natal é Jesus, o Emanuel, o Deus-conosco para sempre. Natal não é somente 25 de dezembro.
O papa alertou que “o Natal não deve se reduzir a uma festa somente sentimental e consumista, cheia de presentes e felicitações, mas pobre de fé cristã. E também pobre de humanidade”. “É necessário – para Francisco – refrear certa mentalidade mundana, incapaz de compreender o núcleo incandescente da nossa fé, que é: ‘o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade’. Este é o centro do Natal. Aliás, é a verdade do Natal”.
Hoje, refletir o brilho dessa Luz é socorrer a quem precisa, dar de comer a quem tem fome, instruir o ignorante, acolher as pessoas sem preconceitos, aplacar a violência das palavras e a espiral de maldade travestidas de boa intenção. Com ternura, comemore a vida e celebre a família. Seja bom o seu dia e abençoada a sua vida. Feliz e Santo Natal. Pax!!!