Nos últimos anos, o termo “maternidade pet” ganhou visibilidade nas redes sociais, no mercado e nas conversas do dia a dia. Essa ideia ganhou ainda mais destaque no mês de maio, especialmente no fim de semana do Dia das Mães. Neste ano, a veterinária dos meus “filhotes de quatro patas” entregou mimos às tutoras. Confesso: gostei do reconhecimento e achei a ação incrível. Afinal, cuidar de cães, gatos ou qualquer outro animal de estimação exige responsabilidade, dedicação e muito amor.
Os termos como “mãe de pet” ou até “mãe bichológica” podem parecer exagerados ou até piegas para alguns. Mas para quem vive essa rotina intensa de cuidados, eles carregam um sentido real e profundo. Ser mãe de pet não é fantasiar que cães e gatos são bebês de fralda — é garantir saúde, bem-estar e qualidade de vida, respeitando as necessidades e instintos de cada espécie.
Na minha casa, o amor anda em quatro patas — e também em bigodes. Sou tutora de seis animais, cada um com sua personalidade, seus hábitos e suas manias. Não os vejo como filhos no sentido humano da palavra, mas reconheço neles o vínculo, a confiança e a dependência que me colocam, com orgulho, no papel de cuidadora — ou, como muitos dizem, mãe de pet.
É importante reforçar: pets não são substitutos de filhos humanos, e não devem ser tratados como tal. Um cão precisa correr, farejar, interagir com outros cães. Um gato precisa escalar, caçar brinquedos, explorar o ambiente. O amor verdadeiro não ignora isso — acolhe e respeita a essência de cada espécie.
Ser mãe ou pai de pet é uma escolha diária de responsabilidade. É manter consultas veterinárias em dia, oferecer alimentação adequada, garantir segurança, socialização, estímulos mentais e físicos. É lembrar, todos os dias, que eles dependem de nós para viver com dignidade — e que, apesar do vínculo afetivo, eles continuam sendo animais e precisam ser respeitados como tal.
Ser mãe de pet não banaliza a maternidade humana. Pelo contrário: reforça que cuidar do outro — seja ele da nossa espécie ou não — é um ato de empatia e entrega.
“Não importa se seu filhote tem patas, o amor, o cuidado e a dedicação que você merece são tão reais como de qualquer mãe. Seu pet tem sorte de ter você como guia, protetora e melhor amiga”, diz o bilhete entregue com o mimo da veterinária. Eles podem ter sorte, mas eu tenho ainda mais com tanto amor sincero, puro e recíproco.