Embora a sífilis tenha origem na Idade Média, a sua ocorrência continua atual e preocupa as vigilâncias epidemiológicas de todo o país. Conforme noticiado por este periódico na edição de ontem, já são 125 casos registrados até setembro deste ano em Presidente Prudente, sendo que a incidência maior é observada em homens, que, de acordo com o CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento) da cidade, tendem a se protegerem menos e, portanto, ficam mais suscetíveis à infecção.
O número geral pode parecer pequeno em um universo de quase 230 mil habitantes, mas expressivo, considerando que se trata de uma doença sexualmente transmissível facilmente identificável e curável com os devidos medicamentos. Além disso, esta quantidade pode não corresponder à realidade do município, tendo em vista que o diagnóstico depende da procura voluntária dos cidadãos e não são todos que recorrem aos testes de sorologia quando expostos a uma situação de risco. No entanto, é importante observar que, em tempos modernos, ter uma vida sexual ativa não deve ser motivo de constrangimento e muito menos obstáculo para estar em dia com a saúde. Dedicar uma atenção especial ao corpo é um ato de amor próprio – e, por que não, ao próximo, uma vez que os relacionamentos são feitos não de uma, mas duas pessoas.
Quando não pela timidez, uma grande parcela deixa de realizar os testes sorológicos devido ao sentimento de invencibilidade, que leva o indivíduo a acreditar que isso nunca acontecerá com ele. Não é bem assim que funcionam as infecções sexualmente transmissíveis. Como já esclarecido, esse tipo de doença não escolhe tipo físico, cor, gênero, classe social e nem está restrito a uma orientação sexual específica. É um problema global e cujo melhor caminho para o combate é a informação.
O preservativo segue como o método de proteção mais seguro, mas isso não significa que as ações preventivas terminam nele. Buscar o aconselhamento nos centros de testagens é uma extensão dos cuidados que deve ser praticada por todos, tanto homens quanto mulheres. Estas doenças têm manifestações variadas e, ao mesmo tempo em que podem apresentar lesões, também podem passar despercebidas pelos portadores assintomáticos. Em tais casos, o silêncio diz muito e não ouvi-lo é negligenciar não só a própria saúde, como a de seu parceiro.
