Em 1975, os norte-americanos David Baltimore e Howard Temin, e o italiano Renato Dulbecco, foram laureados com o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina. Seus estudos, então reconhecidos pelo Instituto Karolinska da Suécia, relacionavam vírus com o fenômeno de “transformação” do material genético (DNA e RNA) de células normais, que resultava em células cancerígenas.
Passados 45 anos, uma vacina com RNA para estimular o sistema imunológico a combater um vírus é o que mais se discute na ciência, no sentido de colaboração (não de polarização!), para a defesa coletiva. Estudos da cientista húngara Katalin Karikó sobre o RNAm, desde 1980, possibilitaram a produção das vacinas mais eficientes disponíveis, e em tempo recorde. Talvez também a tenha credenciado como candidata ao próximo Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina ou de Química.
O fato é que nosso sistema imunológico é muito eficiente, usando suas barreiras físicas (pele e epitélio), diversas células (defesa celular ou inata) e proteínas (defesa humoral ou adaptativa). Diariamente temos contato com antígenos, tais como vírus, bactérias e outros microorganismos que podem causar doenças. No processo de multiplicação celular, algumas saem defeituosas e potencialmente tumorigênicas. Porém, nos casos dos microorganismos e das células defeituosas, o sistema imunológico elimina o risco.
As células de defesa são chamadas em conjunto de leucócitos. Quando um antígeno está no corpo, a defesa celular inata entra em ação por meio dos neutrófilos, macrófagos, basófilos e eosinófilos. Essas células literalmente comem (fagocitam) o antígeno e o destrói dentro de si. Há também as células natural killer, que destroem células tumorais e até células infectadas por vírus, e as proteínas do complexo complemento, eficientes para destruição de bactérias.
Mas, e quando um coronavírus ou outro vírus passa pela linha primária? Então o sistema imune inicia o processo de defesa adaptativa, que depende da produção de novos linfócitos T e B com suas proteínas chamadas de imunoglobulinas que são específicos para esse antígeno. São defesas tão eficientes quanto aquelas da defesa inata, porém demoram de 1 a 2 semanas para se tornarem funcionais e eliminarem o vírus.
Sobre o coronavírus, com o sistema imune 100% funcional, as células da defesa inata podem ser eficientes quando do contato e infecção inicial na mucosa, reduzindo a replicação viral e eliminando a células já infectadas. Mesmo não evitando a COVID, pode minimizar os efeitos. Para isso, as recomendações básicas são: exercício físico regular, dieta adequada (sem carências e sem excessos), bom sono, meditação e evitar estresse.
Nosso sistema imunológico é muito eficiente, com barreiras físicas, células e proteínas.