Tráfico de drogas: o problema social

EDITORIAL -

Data 24/10/2020
Horário 04:32

O comércio e o consumo de drogas são problemas sociais antigos, e não escolhem classe ou idade para estragarem as vidas de quem entra nesse submundo. Diante desta realidade, os grandes centros urbanos se tornam locais de aglomerações de usuários, cenário perfeito para que os traficantes lucrem com as vendas dos ilícitos. Na região oeste do Estado de São Paulo, rota do tráfico de entorpecentes, não é diferente, o que demanda reforço das polícias para coibir a prática. 
Todo os dias a reportagem recebe ocorrências de traficância. As mais recorrentes envolvem pequenas apreensões (porções de maconha e pedras de crack), mas que contribuem para que a ação conjunta chegue até os fornecedores – onde são encontradas quantidades exorbitantes. Apesar dos diversos flagrantes, o comércio continua na ativa, inclusive no período de pandemia. Em certos pontos de Presidente Prudente, exemplo da linha férrea, é costumeiro encontrar os usuários em plena luz do dia comprando e consumindo drogas. 
A realidade não é de hoje e dificilmente será extinta. Pode-se aliar diversos fatores que propiciam a comercialização e o consumo de entorpecentes: problemas familiares, financeiros, influências de amigos e conhecidos, fragilidade emocional dentre outras situações que permitem o gatilho. E o pior é que a partir daí, diferentemente do traficante, os usuários que até então não se submetiam ao crime, acabam se tornando vulneráveis à prática para alimentarem os vícios, dentre os quais os roubos e furtos.
Muitos dizem que as penas deveriam ser mais rígidas para que essa realidade seja invertida – situação não viável, porque a prática continuará ocorrendo dentro das prisões. O que falta mesmo são políticas públicas que tirem essas pessoas das ruas; essas ações existem, mas precisam ser mais eficazes, que não deixem que eles escolham se querem ou não o tratamento. Outra questão importante é a mudança da sociedade. Enquanto houver deficiências, como a desigualdade social e preconceitos, a maré não vai abaixar. É preciso agir de forma rápida, porque o comércio acontece a todo momento e leva cada vez mais vidas para dentro dele.
 

Publicidade

Veja também