Treinamento de força ajuda no combate à depressão, diz pesquisa

Conforme o estudo, realizado com quase 2 mil pessoas, exercício físico parece ser uma importante estratégia de tratamento não farmacológico para reduzir a doença

Esportes - DA REDAÇÃO

Data 17/03/2024
Horário 08:34
Foto: Cedida
Pesquisadores analisaram 29 estudos envolvendo 1.980 participantes, sendo 1.056 no grupo exercício
Pesquisadores analisaram 29 estudos envolvendo 1.980 participantes, sendo 1.056 no grupo exercício

O treinamento de força é eficaz e importante no enfrentamento da depressão. É o que concluiu o estudo liderado por pesquisadores do Departamento de Educação Física da FCT/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista), que acaba de ser publicado na revista científica internacional "Psychiatry Research".

De acordo com o professor e pesquisador, Dr. Fabrício Eduardo Rossi, quase 300 milhões de pessoas no mundo sofrem de depressão e o exercício físico parece ser uma importante estratégia de tratamento não farmacológico para reduzir a doença. “O objetivo da pesquisa foi verificar os efeitos do treinamento de força na redução da depressão e quais variáveis envolvidas na prescrição, como a frequência semanal de treino, número de séries e número de repetições realizadas, poderiam influenciar na melhora do quadro depressivo.” 

Além do professor Fabrício, o estudo teve a participação da professora mestra Priscila Almeida Queiroz Rossi, também do Departamento de Educação Física da FCT, e pesquisadores da Unisa (Universidade Santo Amaro), UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) e King’s College London, na Inglaterra. 

Detalhes

Os pesquisadores analisaram 29 estudos envolvendo 1.980 participantes, sendo 1.056 participantes no grupo exercício e 924 no grupo controle. Segundo Fabrício, os principais resultados da pesquisa revelam que o treinamento de força tem um efeito moderado na redução da depressão. “Além disso, variáveis como a duração da intervenção, treinar pelo menos três vezes por semana e três séries por exercício, com repetições menores ou igual a 12, parecem ser mais eficientes na melhora do quadro depressivo”, explicou. 

Sobre a importância do exercício físico regular na redução da depressão, especialmente em jovens, o pesquisador reforça que “os benefícios podem incluir desde aumento de hormônios neuromoduladores, como a endorfina, que são neurotransmissores que atuam como analgésicos naturais do corpo e promovem sentimentos de felicidade, bem como outras adaptações provenientes do treinamento de força, como os ganhos de massa muscular e melhora da funcionalidade, que impactam diretamente na qualidade de vida e bem-estar”, completa Fabrício. 

Para o professor, a pesquisa ressalta a importância do treinamento de força como uma importante estratégia a ser incluída no tratamento da depressão de pacientes de todas as idades. “A FCT oferece, por meio do Departamento de Educação Física, diversos projetos que envolvem exercício físico gratuito e supervisionado, inclusive com treinamento de força para a comunidade unespiana e população em geral, que podem ser amplamente utilizadas para melhoria da saúde física e mental”, diz o pesquisador.

Publicidade

Veja também