TV aberta x celular: quem vence?

OPINIÃO - Emerson Sanchez

Data 05/05/2023
Horário 05:00

Na era do celular nas mãos o tempo todo, a TV aberta tem ficado cada vez mais de lado. Para ser sincero, ela parece já não fazer mais sentido nenhum para nova geração hi-tec – a não ser as séries em alta e da modinha nas plataformas de streaming. Mas aí já não estamos falando mais em TV aberta. Voltando a ela, não que tenhamos deixado de ligá-la na sala de casa ou no quarto quando estamos à toa, relaxando ou descansando em casa. Mas o conteúdo que fica ali sendo transmitido não é absorvido pelo receptor que fica zapeando pelo celular. É ou não é?
Considerando o telejornalismo em canal aberto, seja de abrangência local, estadual ou nacional, o momento pede estritamente o necessário: recalcular o caminho da rota dentro das redações. Tem sido assim na tentativa de “fisgar” o telespectador e melhorar a audiência. Mas de que vale pensar em pautas interessantes, se quem deveria estar assistindo a TV está com o telefone em mãos? O esforço pode estar sendo em vão. 
Informação é importante, o tempo todo, porque na globalização o conhecimento precisa ser constante, remodelado, encorpado de saber. Tudo é muito rápido, se equiparando a velocidade 2x do WhatsApp. De pensar que antigamente as informações demoravam a chegar. Os apaches, índios dos Estados Unidos, se comunicavam por sinal de fumaça. Faziam fogo no alto de morros para chamar reforços e enfrentar um inimigo. Esse é apenas um exemplo arcaico.
Jornais, cartas, telegramas, domesticação de pombo-correio foram surgindo depois. No passado eram as fontes de informação. Veio a Revolução Industrial na Inglaterra a partir da segunda metade do século XVIII, e a era das máquinas que se ramificou mundo afora trouxe consigo anos mais tarde a tecnologia necessária para revolucionar esses processos. Surgiram então o rádio, o telefone, a televisão e a tão comemorada e revolucionária internet que trouxe o e-mail, mensagem por sms, blogs e as primeiras redes sociais como o Orkut, substituído pelo Facebook, Instagram, Twitter, Snapchat e TikTok. Algozes para o jornalismo porque o público não sai dessas plataformas mais. A verdade é que até os jornais foram obrigados a nelas entrar.
Voltando para a TV aberta, é preciso considerar ainda o entretenimento. Os programas de auditório, gravados ou ao vivo, as novelas, os reality show, enfim. Todos precisam ser repensados imediatamente. E aí tomo como exemplo o último capítulo de “Avenida Brasil”, de João Emanuel Carneiro, exibido no horário mais nobre da TV Globo. Depois daquele 19 de outubro de 2012, que esvaziou as ruas do Brasil que queria ver o que aconteceria com Nina e Carminha, nunca mais se viu uma audiência daquela e nem que se aproximasse dela. O “Big Brother Brasil” até tenta, mas até quando? E “A Fazenda”, da Record, vai resistir após a passagem polêmica de Deolane Bezerra por lá?
É um fato. Tudo que era pra ser motivo de curiosidade e forçar o público a ver TV está no celular. É por isso que nesse duelo de milhões de telespectadores (será mesmo no caso da TV?) quem ganha são as empresas fabricantes que não param de apostar em lançamentos. A propósito, já tem data certa para o lançamento do Iphone 15?

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