Um capítulo da história

OPINIÃO - Sandro Rogério dos Santos

Data 03/07/2017
Horário 13:10

A Diocese de Presidente Prudente tem motivos renovados para agradecer ao Senhor. A dois de julho de 1960 deu-se sua instalação, com posse do bispo e elevação da igreja matriz de São Sebastião a dignidade de Catedral. Este artigo quer apenas marcar a efeméride com impressões e informações esparsas que não guardam necessário rigor científico como sói acontecer aos versados na arte histórica.

O Código de Direito Canônico, inspirado no Decreto “Christus Dominus”, n.11, do Vaticano 2, define Diocese como “uma porção do Povo de Deus confiada ao pastoreio do Bispo com a cooperação do presbitério, de modo tal que, unindo-se a ela a seu pastor e, pelo Evangelho e pela Eucaristia, reunida por ele no Espírito Santo, constitua uma Igreja particular, na qual está verdadeiramente presente e operante a Igreja de Cristo una, santa, católica e apostólica” (Cân. 369).

Por trabalho e empenho de Dom Armando Lombardi – então Núncio Apostólico no Brasil – a Diocese de Presidente Prudente, desmembrada totalmente da Diocese de Assis, foi criada a 16 de janeiro de 1960, pela Bula “Cum Venerabilis”. Eram tempos do “papa bom”, São João 23, que desejava uma “atualização” da Igreja, um sopro do Espírito sobre a poeira paralisadora do anúncio e vivência do Evangelho. Nesse contexto, a cidade de Presidente Prudente foi constituída sede de uma Igreja Particular no Pontal do Paranapanema, com 20 municípios, revestida de deveres e graves obrigações no seio da Igreja Católica Apostólica Romana.

A população regional é de baixa renda, com grandes concentrações urbanas e de terras – sendo esta geradora de muitos impasses ao longo da história e ainda não totalmente solucionados –, há escasso desenvolvimento industrial e falta de oportunidades de trabalho. Na outra ponta, é um polo regional referência em educação, médico-hospitalar, meios de comunicação, possui hidrelétricas, boas estradas e forte comércio. Não à toa, Presidente Prudente é a “capital da Alta Sorocabana”, a sede da 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo.

Lê-se no decreto papal: “temos certeza, irá surgir daí algo de grande proveito para as almas dos fiéis cristãos da respectiva região”. A certeza do Santo Padre se concretiza na pujança da igreja católica no Pontal do Paranapanema que sai às periferias – zonas urbana e rural, escolas, hospitais, presídios e meios de comunicação – para anunciar o evangelho tornando presente os sinais do Reino de Deus. Os desafios são muitos desde o princípio e continuam. O que se espera da Vinha do Senhor, do Povo de Deus, é que esteja atenta à Voz do Supremo Pastor, discernindo a cada momento qual ação atuar como transparência da Boa Nova.

Seus bispos, até hoje, foram: 1) Dom José de Aquino Pereira, de 1960 a 1968; 2) Dom José Gonçalves da Costa, CSsR, de 28 de fevereiro de 1970 a 1975; 3) Dom Antônio Agostinho Marochi, de 2 de abril de 1976 a 20 de fevereiro de 2002; 4) Dom José Maria Libório Camino Saracho, de 7 de abril de 2002 a 16 de abril de 2008; 5) Dom Benedito Gonçalves dos Santos, de 17 de agosto de 2008 aos dias atuais.

Hoje, nos 28 municípios, há 55 paróquias atendidas por cerca de 70 padres (diocesanos e religiosos), por religiosas e expressiva quantidade de cristãos leigos e leigas organizados numa miríade de serviços, pastorais e movimentos de igreja. A vida eclesial se manifesta nos muitos grupos, atuando para colorir e temperar o mundo com as cores e o sabor do Evangelho. Passados 57 anos, a igreja prudentina caminha com São Sebastião, seu patrono, rumo ao centenário do município-sede. Deseja sentir o renovado Sopro do Espírito fazendo-a avançar para águas mais profundas e atualizando o modo de ser igreja a serviço da vida e da esperança. Parabéns, Diocese de Presidente Prudente!

Seja bom o seu dia e abençoada a sua vida. Pax!!!

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