Um olhar para quem precisa 

Olhar para quem precisa de você. Este, na minha opinião, está sendo o maior legado da pandemia do coronavírus. Milhares de pessoas foram prejudicadas por essa doença no mundo todo, direta ou indiretamente. Vidas ceifadas, empregos encerrados, amores separados, amizades isoladas. Quando a esperança veio através da vacina, o que ainda precisamos fazer? Cuidar do outro. Usar máscara e comportamentos sanitários mais pelo outro do que pra si mesmo. E neste mês, onde reforça as ações de prevenção do suicídio, novamente nos é lembrado o olhar ao outro. 
Suicídio não é “mi-mi-mi”, não é “falta de fé”, não é “frescura”. É desespero e pedido de ajuda. Ao outro. Pedido para ser amparado, pedido para ser ajudado, pedido para que um problema muito grave possa ser resolvido sem preconceito, sem distinção, sem discriminação. Sem isolamento emocional. Assim como a pandemia mostrou, e ainda mostra a necessidade do cuidado coletivo, do amparo coletivo, e do olhar ao outro, as campanhas de prevenção do suicídio vêm pedindo o mesmo. Afinal, alguém “planta a alface que você consome”, vivemos em grupos, em sociedade. E uma sociedade se destrói se não nos cuidarmos mutuamente. 
Agora em setembro, lembramos da necessidade desse cuidado ao outro, livre de julgamentos dos quais, muitas vezes, nem mesmo nós conseguimos cumprir aquilo que cobramos dos outros. Hoje vivemos numa sociedade muito individualista, muito narcisista e sedenta de “likes”, mas destituída muitas vezes de compaixão, de acolhimento, de empatia.
“Mas eu faço tudo pelo outro!!! E ninguém faz nada por mim!!!”. É o que frequentemente ouço e isso não é empatia. Às vezes, essas pessoas que reclamam tanto que fazem “tudo pelo outro” na verdade, faz esse “tudo” esperando algo em troca e faz esse “tudo” sob o ponto de vista dela mesma, não daquele que é “ajudado”. Você já perguntou o que o outro precisa, sob o ponto de vista dele e sem julgá-lo? Isso sim seria ajudar muito o outro.
Que possamos seguir o legado de tantas mazelas que a humanidade vem passando ao longo de sua História, e que possamos realmente evoluir através não só de tecnologias inovadoras, mas principalmente desse olhar ao outro, que é tão primitivo, mas tão necessário à nossa sobrevivência. Olhe para o outro, e faça sua parte também.
 

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