Um trem de ferro, uma estação

OPINIÃO - Arlette Piai

Data 16/06/2020
Horário 04:16

O Imparcial de 09/06 nos deu boa notícia daquilo que tem sido cobrado e aguardado há décadas pelos prudentinos: o retorno da malha ferroviária - antiga Estrada de ferro Sorocabana -, que foi levada a óbito. Historicamente como capital da Alta Sorocabana, tivemos a Maria Fumaça, os trens de carga para escoar produto e o trem expresso - o mais sofisticado do Brasil. Nossa ferrovia foi a alma econômica da cidade e região, responsável por escoar mercadorias, por oferecer conforto em longas viagens, por potencializar a economia, por oferecer segurança e, em particular, pela gênese de Presidente Prudente e cidades vizinhas.   

Entretanto, sem o mínimo de escrúpulo, a malha ferroviária teve a sentença de morte decretada com trilhos demolidos e sucateados em matagal e com abandono e ruína das estações. Esse fato ocorreu principalmente para afogar o meio de transporte ferroviário, a fim de engrandecer lucros das corporações das rodovias. A instalação inicial da malha ferroviária no Brasil iniciou no século 19, mesmo ano da Inglaterra e outros países desenvolvidos, entretanto, na Europa, os trens foram conservados até hoje, enquanto os nossos foram levados a óbito.

Tudo que é construído pelo município, Estado ou pela federação, pertence ao povo, porque é construído com o dinheiro do povo, portanto, todos devem preservar e fiscalizar como fosse se sua propriedade particular ou como se pertencesse a nossa própria casa.  

Os prudentinos sabem da importância da malha ferroviária, sabem das necessidades das empresas de Prudente que precisam do transporte ferroviário para minimizar custos que revertem em desenvolvimento.  Entretanto, é preciso refletir, pois a malha ferroviária prometida terá investimento mínimo de R$ 6 bilhões da grana do povo brasileiro “jogado fora”, porque é para refazer o que já fora feito. Ademais, muitos prudentinos defendem a vinda do VLT – considerado mais rápido, mais econômico, mais viável e que revitalizaria os trilhos já existentes. 

Decidir: eis a maior angústia existencial! Enfim, seriam indispensáveis a malha ferroviária e também o VLT, que serão pagos com os dinheiro do povo e exige-se, portanto, a mais absoluta e a mais rigorosa transparência de todos os gastos.

 

 

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