Uma creche, um sonho

OPINIÃO - Arlette Piai

Data 18/12/2018
Horário 05:02

Solidariedade. A história nos mostra que o impulso para ajudar uns aos outros faz parte da essência do ser humano, embora, muitas vezes, permaneça adormecido. Pesquisas indicam que o trabalho voluntário, a empatia, a solidariedade e o altruísmo traduzem alegria, aliviam as tristezas, aumentam a imunidade do organismo e têm como gloriosa consequência a melhoria da sociedade.

A inspiração para escrever este artigo relativo aos sentimentos mais nobres da humanidade foi despertada ao visitar o CEI (Centro Educacional Infantil) Walter Figueiredo. Essa creche, criada em 1972 por Delfina Santos Figueiredo, teve por alvo atender crianças carentes. Com o tempo, talvez por dificuldades econômicas ou administrativas, ela quase foi fechada por falta de conservação, chegando a se tornar perigosa às crianças. Quando próxima ao caos, veio para Prudente a irmã Franciscana Penha Barros e, em 2015, assumiu a o gerenciamento do local. Com sua excelente capacidade de gestão,  de amor, religiosidade e dinamismo, conseguiu transformá-la num centro educacional de excelência para criancinhas carentes de zero a quatro anos. Hoje, é provável que no Estado de São Paulo haja pouquíssimas creches públicas e particulares com o nível da Walter Figueiredo. 

É difícil imaginar uma joia assim tão preciosa, um educandário de excelência desde o ponto estético, administrativo, higiênico, pedagógico e, em particular, com crianças felizes e bem formadas. Crianças essas que levam para suas existências uma formação sólida da primeira infância. Assim, sejam quais forem as intempéries que algumas delas possam vir a enfrentar, dificilmente virão a ser delinquentes ou drogados, pela base educacional que tiveram na primeira infância. O trabalho da irmã Penha e equipe tem um potencial formador e transformador que deve servir de estímulo e modelo a todas as creches públicas e particulares.

Disse o filósofo Arthur Schopenhauer: “O belo é Deus visto de longe”. De fato, quando adentrei a creche Walter Figueiredo vi Deus no semblante de cada criancinha, na estética, na harmonia de tudo que presenciei. A reforma dessa creche foi fruto da contribuição da diretoria e comunidade prudentina. E você sabia, leitor, que é possível manter parte do nosso imposto de renda no município? É possível sim, para financiar projetos de entidades que atendam crianças e adolescentes. Com esse imposto retido, muitos prudentinos contribuíram para a conquista de um pilar de sustentação para a reforma dessa creche e ainda contribuem para a sua manutenção. Se você, leitor, deseja também contribuir com seu imposto de renda para salvar criancinhas, fale já com seu contador, pois o prazo se encerra no dia 28 deste mês. A creche abriga, mantém e educa hoje 240 criancinhas carentes, número esse que possa talvez vir a ser duplicado ou triplicado, se você também contribuir.

Assim, com a colaboração de cada cidadão prudentino, podemos transformar nossa cidade e região de polo que abriga mais presídios em todo o Brasil, para o polo mais pacífico, mais seguro e de paz social do país. Somente com uma palavrinha com seu contador você pode colaborar sem colocar a mão no bolso, mas não se esqueça, o prazo é até dia 18. Ensinou o filósofo e matemático Pitágoras: “Educai a criança e não terás que punir o homem”. Este é, portanto, o caminho mais humano, virtuoso e seguro para impedir delinquência e diminuir o número de penitenciárias. O futuro do nosso município está também nas ações de cada cidadão.

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