Uma sensação de sobrecarga no ar

O final de mais um ano encontra-se aqui ou aí pertinho. Parece estar marcado por uma avalanche de compromissos. Tudo isso gera muito estresse ou estafa. Cobranças, culpas e remorsos misturam-se, incomodando. “Preciso deixar tudo organizado, para o próximo ano, mas a matemática não está fechando”, dizem. É inevitável que certa ansiedade e depressão, assim como outros transtornos, possam emergir. Alguns sintomas psicossomáticos poderão aparecer, principalmente quando aspectos psíquicos encontram-se em desequilíbrio. E algo importante, que vale salientar, é que se, durante o ano todo, houve desajustes e conflitos que foram postergados ou “jogados para baixo do tapete”, em momentos de vulnerabilidade, como as festas de final de ano, reverberarão. 
Tudo o que não foi, devidamente, digerível, nessas épocas, provocará “vômitos”, ou seja, retorna com mais fúria. É aconselhável discutir ou dialogar e procrastinar, negar a realidade ou racionalizar jamais. De qualquer forma, a sensação de sobrecarga é comum, principalmente nesses últimos dias do ano. Certamente você excedeu sua capacidade de suportá-la, gerando pressão e desgastes persistentes, prejudiciais à saúde. O ideal é aprender a identificar e superar a sensação de sobrecarga, para que possa manter a concentração, a produtividade e o controle diante de tudo o que for surgindo no caminho. 
Também reconhecer em si próprio os seus limites e poder cultivar brandas emoções, pensamentos positivos, dar passos pequenos e entender que somos imperfeitos e finitos. E que possamos pensar, que muitos problemas não são responsabilidades nossas, e sim do outro. Assumimos muitas vezes os conflitos e entramos em enrascadas. E ainda, nos tornamos os grandes vilões. Outra situação que surpreende, acredite se quiser, é a sensação de sobrecarga, quando a pessoa está de férias ou que não tem nada para fazer. O incômodo invade, tornando-se hiperativo e impulsivo. E o sujeito fica até incomodado com o sossego e tranquilidade do outro. 
Há os que não nasceram para contemplar “o não ter nada para fazer”. Essa reflexão é muito significativa e importante. Muitas vezes, precisamos sair de cena, com relação ao trabalho, empresa, consultório, clínica e outros. Retornar revigorado, descansado e renovado é importante para a capacidade de um pensamento fértil e criativo. Um momento de silêncio, sem muitas idealizações e perspectivas, é extremamente necessário e essencial. 
É preciso sempre, dar pausas. Somos singulares dentro dessa pluralidade de festas de final de ano. Busque cada um, a sua forma particular de usufruir todas essas especulações, polarizações e estímulos. Não há uma cartilha indicando qual seria a melhor forma. A “sua” é a melhor, desde que se realize, permaneça vivo e consiga pensar de forma saudável. Essa trajetória e movimento podem surpreender.

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