Universitária apresenta, na Oracle, projeto inovador de inclusão para deficientes visuais

Aos 20 anos, a prudentina Andressa Diniz transforma sua pesquisa em destaque internacional, unindo realidade aumentada e inteligência artificial para promover autonomia e acessibilidade

PRUDENTE - SINOMAR CALMONA

Data 13/08/2025
Horário 06:10
Foto: Cedida
Andressa Diniz: estudante que está usando realidade aumentada para transformar vidas
Andressa Diniz: estudante que está usando realidade aumentada para transformar vidas

No sexto termo de Sistemas de Informação da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), a prudentina Andressa Diniz sempre acreditou que a tecnologia poderia ir além de linhas de código — e tocar vidas. Aos 20 anos, trainee em DevOps na VeryCode, com domínio de linguagens como Python, Java, JavaScript e experiência em nuvem e automação, ela decidiu usar seu conhecimento para resolver um desafio real: dar mais autonomia a pessoas com deficiência visual.
O projeto nasceu dentro de sua iniciação científica, orientada pelo professor Robson Siscoutto, e tem um objetivo claro: criar uma solução prática e acessível para detecção de objetos em tempo real, utilizando óculos de realidade aumentada.

No último dia 9 de agosto, na sede da Oracle, em São Paulo, Andressa subiu ao palco da DevConverge Latam, evento que reuniu desenvolvedores, comunidades de tecnologia e especialistas de toda a América Latina. Representando a comunidade PyLadies São Paulo, ela apresentou a palestra “Realidade aumentada inclusiva: detecção de objetos para pessoas com deficiência visual”.

Antes de mostrar os códigos e a arquitetura do sistema, Andressa convidou o público a fechar os olhos. “Imaginem viver um dia sem enxergar. Agora pensem em fazer as coisas que mais gostam, sem a visão. É isso que muitos enfrentam diariamente”, provocou. O silêncio da sala mostrou que a mensagem havia sido compreendida.

Como funciona a tecnologia

O sistema desenvolvido por Andressa integra óculos de realidade aumentada Meta Quest a um algoritmo de detecção de objetos. Ao receber o comando do usuário — por exemplo, identificar uma garrafa de refrigerante —, o dispositivo localiza o item e informa sua posição, facilitando a autonomia da pessoa cega ou com baixa visão.

Segundo ela, um dos maiores desafios foi entender as reais necessidades do público. “Não adianta criar algo sofisticado, mas pouco prático. Precisamos que o deficiente visual queira usar a tecnologia no dia a dia”, explica.

Reconhecimento e próximos passos

O trabalho de Andressa já rendeu homenagens, como o título de Mulher Destaque na Área de Tecnologia de Presidente Prudente pela Business Professional Women. Ela também integra o Conselho Estadual da Juventude do Governo de São Paulo, contribuindo para políticas voltadas à inovação e ao desenvolvimento de jovens talentos.

Agora, o foco é ampliar os testes e transformar a solução em um aplicativo que permita aos usuários instalar o sistema diretamente nos óculos de realidade aumentada, levando a ferramenta para quem mais precisa.

“Tecnologia não é só para resolver problemas. É para transformar o mundo em um lugar mais acessível para todos”, resume Andressa. E, pelo que apresentou em São Paulo, o futuro da inclusão digital pode mesmo passar pelas mãos dessa jovem prudentina.

Fotos: Cedidas


Unoeste é representada na DevConverge Latam com projeto de acessibilidade para deficientes visuais


Evento no DevConverge Latam reuniu desenvolvedores, comunidades de tecnologia e especialistas de toda América Latina

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