Urubu tem asa decepada por linha com cerol

Ave foi ferida ontem, na vila Marcondes, em Prudente, e será encaminhada para Associação Protetora de Animais, em Assis

PRUDENTE - Mariane Gaspareto

Data 29/07/2014
Horário 09:14
 

Um urubu teve uma de suas asas decepada por uma linha de pipa com cerol na tarde de ontem, na rua Paraná, localizada na vila Marcondes, em Presidente Prudente. A proprietária da casa na qual a ave caiu após o ferimento, que preferiu não ser identificada, conta que estava ausente no momento do ocorrido. "Quando cheguei notei manchas vermelhas no chão que pareciam tinta e então vi o animal", revela. Uma vizinha a informou que os jovens tentavam subir em seu telhado para pegar uma pipa.

Conforme Edir Caldas Farrus, 83, que acompanhava a proprietária no momento, a informação de que os responsáveis pelo ferimento da ave foram rapazes veio de diversos moradores da rua. Por volta das 14h, o Corpo de Bombeiros foi acionado por Farrus informando que enviaria uma equipe em seguida.

Jornal O Imparcial Ave será encaminhada à ONG de reabilitação em Assis, e dificilmente voltará à natureza

De acordo com o subtenente Marcos Bratifisch, nessa situação, o morador deve acionar a Polícia Ambiental, por se tratar de um animal de preservação. "Pelo fato de estar machucado, numa situação de risco, caso a Polícia Ambiental não consiga ter acesso ao bicho, o Corpo de Bombeiros pode auxiliar no resgate", informa.

O policial ambiental Evandro Torquato explica que em primeiro lugar é feita a captura da ave. "Aqui não temos um lugar para recebê-la, por isso a encaminharemos para uma ONG , em Assis, que cuida de animais", explica.

Segundo Torquato, animais com asa dilacerada dificilmente sobrevivem. "Damos os medicamentos e em caso de asa quebrada a imobilizamos, mas dificilmente obtemos resultado", lamenta.

 

Reabilitação


A Apass (Associação Protetora de Animais Silvestres de Assis) é um centro de reabilitação que conta com uma equipe de veterinários e biólogos, certificada pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente.

A diretora executiva da ONG, Natália Tomaz Inácio de Godoy, afirma que quando a ave tem uma asa decepada, se sobreviver, dificilmente voltará para natureza, visto que não conseguirá voar mais. "Como animais mutilados, cegos e com deficiência são indesejáveis para zoológicos, eles ficam conosco. Cuidamos dos bichinhos tentando dar o máximo de dignidade na vida que lhes resta", conta.

A Apass abriga atualmente 700 animais provenientes de toda a região de São Paulo. Além do centro em Assis, há em Botucatu uma entidade certificada para receber animais. No entanto, ela não é responsável pela reabilitação dos mesmos e os destina a outras instituições.
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