Usuários da Saúde municipal serão recadastrados

Recenseamento a ser realizado em PP poderá diminuir pacientes cadastrados no banco de dados da rede de 200 mil para 120 mil


A Prefeitura de Presidente Prudente realizará a partir do próximo ano um recadastramento de todos os usuários da rede municipal de Saúde. A Setec (Secretaria Municipal de Tecnologia da Informação) estima que com a medida a quantidade de cadastrados, que atualmente chega a 200 mil, caia para até 120 mil. O município decidiu realizar esse recenseamento após identificar que todos os dias, de 30 a 40 consultas são realizadas na cidade com pacientes que moram em outras cidades da região e falsificam o comprovante de endereço. "Muitos forjam o cadastro usando o endereço de um familiar para receber atendimento aqui e isso sobrecarrega o município", afirma o prefeito Milton Carlos de Mello, Tupã (PTB).Jornal O Imparcial

A UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) do Ana Jacinta é uma das que mais recebe moradores de outras cidades buscando atendimento. O prefeito acredita que a mudança na assistência referenciada do HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo foi, em boa parte, responsável por isso, já que as prefeituras regionais não possuem estrutura para os atendimentos e o hospital passou a receber apenas casos mais complexos.

O HR teve uma queda de 63% nos atendimentos de janeiro a setembro deste ano, enquanto a UPA passou a atender de dois casos por dia para oito casos, em média. O diretor-executivo do Ciop (Consórcio Intermunicipal do Oeste Paulista), – responsável pela gestão do local - Valter Luís Martins, esclarece que o principal motivo é a qualidade da estrutura e do atendimento fornecido. O diretor explica que todo paciente passa pela triagem na UPA, pois a equipe médica não pode negar atendimento, mesmo que não seja prudentino. "Se o caso for grave, ele será atendido aqui, mas em situações de baixa complexidade, a pessoa será reencaminhada ao município de origem".

Na manhã de terça-feira, o coletor Alex da Silva, 29 anos, acompanhava sua esposa que realizava um atendimento na UPA do Ana Jacinta. Apesar de satisfeito com o serviço prestado, o munícipe lamenta a distância do local e lembra que era mais confortável quando o HR também prestava os atendimentos. Já a auxiliar de cozinha Adriele Maria Oseas Pereira, 28 anos, ressalta que a maior dificuldade é o deslocamento desnecessário. "Muitas coisas só podem ser resolvidas lá no Hospital Regional e mesmo assim a gente precisa passar aqui apenas para ter o encaminhamento", comenta.

 

Alteração negociada

O DRS-11 (Departamento Regional de Saúde) de Presidente Prudente esclarece que o processo de referenciamento do pronto-socorro do HR teve início há mais de um ano e meio, em tratativas com as 45 secretarias municipais de Saúde da região, Ministério Público Estadual e Defensoria Pública. "O grande fluxo de baixa complexidade sobrecarregava o serviço, tanto na estrutura física, quanto na demanda de profissionais e na oneração do sistema de saúde", esclarece.

A pasta destaca que a mudança no serviço segue as diretrizes do SUS (Sistema Único de Saúde), após sucessivas reuniões com as instituições envolvidas, respeitando o prazo de adequação. Além disso, diz que durante toda a tratativa, a Secretaria Municipal de Saúde de Presidente Prudente demonstrou estar apta e estruturada para atender sua demanda.

 

 
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