Usuários relatam descaso na Praça das Andorinhas

Mau cheiro na lagoa e ausência de zelador para promover a segurança do local são as principais reclamações dos munícipes

PRUDENTE - THIAGO MORELLO

Data 28/01/2018
Horário 12:58
Marcio Oliveira, Segundo Odair, animais não recebem alimentação e morrem
Marcio Oliveira, Segundo Odair, animais não recebem alimentação e morrem

Falta de zelador, mau cheiro gerado pela lagoa “abandonada” e uso inadequado de banheiros. Esse é o cenário ilustrado pelos moradores da Cohab, em Presidente Prudente, que moram ao redor da Praça das Andorinhas, local ilustrado e apontado como ponto de descaso pelo poder público. De volta ao espaço, que já foi alvo de reclamações, a reportagem conseguiu constatar os problemas citados pela população. Na tarde de sexta-feira, um grupo de munícipes que se diz cansado com a situação resolveu mostrar a indignação diante ao exposto.

Um dos representantes do grupo, o aposentado Claudivan Pereira, 62 anos, é morador da região desde 1987. Segundo ele, é triste ver esse cenário, “que nunca foi assim”. Ele afirma que a falta de fiscalização é o que mais tem preocupado, que dá origem à situação encontrada: peixe morto, água verde e com mau cheiro, preservativos espalhados pelo local e animais morrendo aos poucos. “Não há alimentação. A gente que ajuda a cuidar. Hoje, a ‘Lagoa dos Patos’ tem um pato só”, lamenta.

Claudivan conta que “vândalos” já entraram na praça à noite e soltaram cachorros em cima das aves. “Antes eram de 14 a 15 patos. Nós só queremos que o nosso espaço seja mais cuidado”. Aliás, uma das reclamações exposta por ele é a falta de zelador. Ele declara que existe uma pessoa que mora lá e deve fazer esse serviço, no entanto, trabalha fora. No momento em que a reportagem estava no local, esse profissional, que não quis se identificar, se aproximou e disse que o local recebe os cuidados necessários.

O aposentado Odair Lopes Vidotto, 65 anos, discorda. Ele mora no bairro há 24 anos garante que, hoje, limpa quem quer usar, no caso, os próprios moradores. “A Prefeitura dificilmente passa aqui para tratar, seja dos animais, dos espaços, do lago, enfim, de tudo. Ontem [quinta-feira] mesmo eles roçaram o mato e fizeram poda de árvores. Acho que pensam que isso é suficiente”, reclama.

A falta de cuidado com a grama, referente à altura, já foi motivo de reclamação pelos moradores. No final do ano passado, O Imparcial esteve até lá para ouvir as pessoas que usam o local. Odair lembra que, desde então, nada mudou. “Na verdade até piorou. De noite, por exemplo, se você vier aqui vai ver gente escondida usando droga, pessoas usando o banheiro para sexo e prostituição. Dá nojo e ao mesmo tempo medo de passar por aqui”, acrescenta.

Um problema que só aumenta, pela percepção do Valdomiro Santos. Ao lado dele, a reportagem deu uma volta pelo local e pôde constatar o ocorrido. Ele, que joga bocha no espaço, ainda cita o não aproveitamento de uma mina de água e também dificuldades com a encanação. “A gente não pode ficar esquecido. Uma praça bonita ter um fim desse? Isso não pode acontecer”, conclui.

 

Limpeza

Fazer limpeza do local e tratar os outros pontos reclamados pelos moradores está no cronograma da Semepp (Secretaria Municipal de Esportes de Presidente Prudente), que cuida do espaço. Quem garante isso é o titular da pasta, Claudinei Quirino da Silva, ao justificar que as fortes chuvas têm contribuído para a situação. Ele fala que a população precisa “ter paciência”, pois aguarda o tempo ficar mais estável para realizar os ajustes. “Á agua está verde pela chuva e os ventos jogam folhas, é normal. Não tem como o zelador fazer a retirada toda hora”, argumenta.

Zelador que atualmente é temporário. Pela falta de fiscalização, ele responde que o profissional que hoje atua lá, na verdade, é de outro local. “Ele está cobrindo férias do zelador que realmente fica por lá”. Sobre as demais reclamações, conforme ele, também é necessário uma ajuda da população para manter o local e não danificá-lo. “Já os animais, estamos tentando dar um jeito para colocar mais patos no espaço”, finaliza.

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