Afinal de contas, o que é que dá dinheiro hoje em dia pra gente pagar as contas? Boa pergunta, vocês não acham? Alguém aí sabe o caminho da roça ou o caminho das pedras? Acho que posso dar uma dica de como ganhar dinheiro sem fazer muita força, mas tem risco e bota risco nisso.
Seguinte, pessoal: o que dá dinheiro mesmo, comercialmente falando, é veneno de cobra. Surpresos? Vi uma reportagem num canal rural sobre o assunto e estou convicto, mesmo sem o parecer do Victor, de que o negócio é criar cobra e quanto mais peçonhenta, melhor.
Gente do céu, veneno de cobra é coisa preciosa e, para que vocês tenham uma ideia, vale mais do que ouro. Isso mesmo. Verdade verdadeira e não mentira mentirosa.
De acordo com a reportagem, um sitiante de Araçatuba, no noroeste paulista, reservou uma área e a transformou literalmente num "ninho de cobras", parecendo o Congresso Nacional. Ele cuida, certamente com cuidado, de 300 cascavéis. Um plantel respeitável, um monte de serpentes mais perigosas do que esportes radicais.
O criador já começou a ganhar uma boa grana. Vende o grama do veneno por R$ 300. Trezentinho por um simples grama de um veneno mortal, valor mais alto do que o que se paga pelo grama do ouro que, se não me engano, estava cotado em menos de R$ 200 até recentemente. Se percebi direito e esquerdo, o nosso amigo está entusiasmado com o negócio, que parece ir de vento em popa.
Ao saber que o veneno da coral venenosa é ainda mais rentável, o sitiante, com feição oriental, agora pretende iniciar uma criação dessa serpente pra lá de peçonhenta. Vale o risco até porque o grama do veneno custa R$ 2 mil, o que, convenhamos, é uma nota preta e de outras cores, como as cores da coral.
Ele explicou que nunca houve acidentes com as cascavéis e espera que também não aconteça nada com as corais. E como encontrar corais verdadeiras, as venenosas que são letais em caso de picadas? Isso o sitiante não antecipou, mas certamente achará "fornecedores".
Depois de ler no jornal que veneno de cobra dá uma senhora grana, o Firmino se animou e foi à caça de corais, desprezando cascavéis e jararacas num primeiro momento, pois a ganância falou mais alto. Afinal, o veneno da coral vale mais do que o veneno das outras duas serpentes.
Com a ajuda de alguns pinguços, seus amigos do bar do Juvêncio, o Firmino trabalhou duro e conseguiu capturar umas dez corais. As cobras foram colocadas em um espaço reduzido. Firmino, que não tem traquejo para lidar com essas coisas, foi picado, mas não bateu as botas e outros calçados. É que a serpente, a exemplo das outras nove, era uma falsa coral.
DROPS
Cachorro mordido por cobra tem medo de qualquer embutido.
Se da discussão nasce a luz, o Brasil não corre o risco de ter novos apagões, pois o que não falta é discussão no país.
Os tempos estão sombrios, mas com sombra para poucos.
Em boca fechada não entra o mosquito da dengue.
Era tão discreto que tinha boca de siri e de outros crustáceos.
A Torre de Babel não foi concluída por falta de poliglotas.