Ver-te-ei outra vez

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 19/01/2021
Horário 07:00

A tradução brasileira para o filme “I’ll Be Seeing You” (“Ver-Te-Ei Outra Vez”) já demonstra o quanto ele é antigo, mas de forma alguma ultrapassado. Clássico melodrama da época da Segunda Guerra Mundial dirigido por William Dieterle em 1944, conta a singela história de amor de duas pessoas que guardam segredos, adiando revelações. Na época de Natal, o sargento Zachary (Joseph Cotten) conhece a linda moça Mary (Ginger Rogers) em um trem que se dirige a uma pequena cidade chamada Pinehill. Ele mente para a moça dizendo que também está indo para o mesmo local visitar sua irmã, sem revelar que se encontra em tratamento em um hospital psiquiátrico por traumas de guerra. Ela, porém, também não revela que está presa e está apenas usufruindo um indulto de Natal de oito dias. O encantamento duplo faz com que a paixão deixe a realidade em segundo plano, enquanto usufruem a convivência da típica família americana de Mary, contando com a adolescente abelhuda Barbara (Shirley Temple em pequeno papel aos 16 anos, que o produtor David O. Selznick tenta elevar ao máximo em participação na história). Belo filme sobre pessoas simples.    

“Em busca da máquina do tempo”

Todo mundo já teve os seus devaneios de imaginar poder voltar no tempo. Uma sonhada e idealizada máquina no tempo que nos transportasse de volta ao próprio passado: quer seja para reviver exatamente cada momento de lembranças deliciosas de tempos que não voltam mais, ou para mudar uma vírgula que não nos fez seguir caminhos que poderiam ser diferentes. A primeira opção é uma das mais desejadas formas de sonhar que o ser humano tem: viver e reviver novamente uma época dourada de nossas vidas, quer seja ela na infância, juventude ou vida adulta, mas que se encontra em um passado impossível de se reproduzir ou retroceder. Pessoas amadas que se foram, situações que não mais existem, modas e hábitos que se perderam no tempo, mas principalmente, o seu próprio olhar sobre aquele momento. Seriam tempos tão encantados assim, ou também o olhar suave e descompromissado, permitiam enxergar tudo mais enternecedor e colorido? “Ah, se eu pudesse voltar no tempo”... Ao dizer esta frase, acreditamos que poderíamos ter aproveitado mais, não ter deixado passar algumas oportunidades, deixado outras mais cedo que se mostraram tão irrelevantes. Contudo, se tudo não tivesse acontecido exatamente do jeitinho que foi, estaríamos tendo os mesmos sonhos e idealizações? Desta forma, é possível acreditar que conseguimos sim voltar no tempo com nossas lembranças, recordações, memórias e nostalgias. E não precisamos permanecer neste passado: ele nos conforta e nos impulsiona a enfrentar o presente e acreditar que teremos novas e boas recordações com as próximas experiências que ainda vamos viver. Não compare o hoje com um passado glorioso. É injusto. Se o passado é a raiz essencial, não precisa podar as folhas que não estão secas. Centrifugue a essência prazerosa da vida em cada novo instante.

Dica da Semana

DVD - Filmes

Filmes com Shirley Temple:
A menina-prodígio Shirley Temple (1928-2014) salvou a Fox da falência com seu talento precoce e graciosidade em filmes que embora bastante datados, conservam sua magia, dentre eles: “A Mascote do Regimento” (1935), “Heidi” (37), “A Queridinha do Vovô” (37) e “A Pequena Princesa” (39). Quando adulta, fez poucos filmes e se aposentou do cinema aos 21 anos em 1949. 

 

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