Veterinário alerta: Ciclo reprodutivo das vacas é afetado por verminoses e impacta produção de leite 

Cristiano Machado

COLUNA - Cristiano Machado

Data 08/08/2022
Horário 05:01
Foto: CNA/Divulgação
Endoparasitas causam prejuízos de R$ 8 bilhões por ano ao setor, apontam estudos
Endoparasitas causam prejuízos de R$ 8 bilhões por ano ao setor, apontam estudos

Quarenta quilos a menos, problemas de fertilidade e redução na produção de leite. Esses são alguns dos nefastos efeitos causados pelos vermes à pecuária leiteira. "Esses microscópicos inimigos afetam a sustentabilidade de toda a cadeia produtiva", alerta o médico veterinário Guilherme Moura, gerente de serviços técnicos da Vetoquinol Saúde Animal. 

Esses endoparasitas causam mais prejuízos de R$ 8 bilhões por ano, segundo estudos recentes. Isso porque, estima a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a perda de peso deixa as fêmeas debilitadas, o que se torna a porta de entrada para doenças – como as infecções pulmonares –, segundo o especialista. 

"Igualmente preocupante é o fato de que vacas com verminoses podem desenvolver problemas reprodutivos em razão das condições corporais deficientes. Em um cenário desse, muitas fêmeas deixam de entrar no cio no momento esperado. Sem a prenhez, não há crias e, portanto, há prejuízo na produção de leite. É um perigoso efeito em cascata", salienta Guilherme Moura. 

A ciência encontrou na eprinomectina um eficiente recurso para o manejo das verminoses. O uso dessa molécula resolve o problema dos vermes internos de forma ágil. Este controle parasitário contribui para um melhor aproveitamento dos animais para produtividade, podendo elevar a produção de leite em até 2 litros por dia, de acordo com pesquisas, contribuindo para a maior rentabilidade das propriedades rurais. 

"A eprinomectina é a base da composição de Bullmax®, produto da Vetoquinol, uma das 10 maiores indústrias veterinárias do mundo. Além de controle eficaz da ação das verminoses, a solução possui carência zero, permitindo a ordenha imediata após sua aplicação, sem descarte de leite", complementa o doutor em ciência animal pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). (Por Rafael Iglesias, da Texto Comunicação)

Garantia da exportação

Foto: Ayrton Vignola/Fiesp

Diretor-executivo da Conab, Sergio De Zen (dir), diz que Brasil deverá colher 308 milhões de toneladas de grãos

 

O diretor-executivo de Dipai (Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas) da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Sergio De Zen, projetou em 308 milhões de toneladas a colheita de grãos para a próxima safra. Ele participou nesta terça-feira (6/9) de reunião do Cosag (Conselho Superior do Agronegócio) da Fiesp. Ainda que a produção não faça, necessariamente, cair o preço dos alimentos, deverá trazer alívio para a população e para os produtores brasileiros. “Eles vão conseguir abastecer o mercado interno e continuar sendo relevantes internacionalmente para a exportação da maioria das commodities”, avaliou o presidente do Cosag, Jacyr Costa.

 

Importância do Brasil
Ao apresentar dados referentes à safra 2022/23, De Zen destacou a importância do Brasil para o mercado externo. Segundo ele, o mundo está sempre de olho no que acontece aqui, pois quer saber o que o país vai produzir. Ele lembrou que as projeções estão sujeitas a vários fatores de risco, mas que sua precisão aumenta com o passar do tempo e a aproximação com a nova temporada.

 

Mercado interno
ara De Zen, o mais importante é saber se a produção será suficiente para atender o mercado interno. Os dados indicam projeção de 125 milhões de toneladas de milho, com aumento de 6,2% na produtividade. Já na soja a produção deverá sair de 124 milhões de toneladas para 150 milhões de toneladas. “O milho brasileiro é muito demandado pelo mundo, pois dependendo da região a qualidade é maior. Com isso, 37% da nossa safra tem exportação garantida. E 80% do plantio da soja já está comercializada”, disse De Zen.

 

Produção de cana


Foto: Agência Brasil

Queda na safra é explicada pelos baixos volumes de precipitação, consequência do fenômeno La Niña, bem como pela redução da área em produção

A produção paulista de cana-de-açúcar é estimada em 283,4 milhões de toneladas, volume 5,06% inferior ao da safra passada e 5,96% menor que a projeção do levantamento anterior, segundo previsão da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para a safra de 2022/23, com dados elaborados pelo Departamento Econômico da Faesp (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo).

 

Redução da área
A queda na safra é explicada pelos baixos volumes de precipitação, consequência do fenômeno La Niña, bem como pela redução da área em produção. A estimativa é de que 3,99 milhões de hectares sejam colhidos neste ciclo, uma queda de 5,26% em comparação com a safra passada. De acordo com a Conab, a redução da área em produção é resultado da concorrência com cultivos de soja e milho e dos problemas climáticos ocorridos em 2021, que impossibilitaram que parte das áreas fossem destinadas ao corte. Assim, as estimativas para a área de mudas e a área plantada cresceram 59,7% e 5,2%, somando 128,4 mil hectares e 676,2 mil hectares, pela ordem. (Da Faesp)

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