Após reunião realizada no final de maio com representantes de entidades, do empresariado, da ANTT (Agência Nacional de transportes Terrestres) e da ALL (América Latina Logística), concessionária responsável pelos trilhos na região de Prudente, contratos ainda não foram fechados e a via férrea não foi reativada.
Na época, a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), com capacidade de estocar 25 mil toneladas e transporto de mil toneladas de produtos por dia, apresentou interesse em utilizar a malha ferroviária para escoamento de sua produção. Conforme Marco Antonio Pereira, gerente das unidades armazenadoras da empresa na região de Prudente, um avanço concreto ainda não se estabeleceu e seus clientes estão em fase de negociação com a ALL. "Somos prestadores de serviço e eu, como facilitador, comuniquei os clientes que a empresa estava interessada em negociar tarifas por toneladas, se houver demanda". Conforme ele, essa negociação é feita entre os próprios clientes e a empresa. "Nós só ficamos sabendo quando nos procuram para fazer o transporto", informa.
Segundo Pereira, o interesse da Ceagesp é de que todas as unidades da empresa usem o setor ferroviário. "Contamos com estrutura de armazenagem, desvio ferroviário e terminal de transporto. Se a ferrovia estivesse funcionando normalmente teria uma procura maior das unidades", considera.
A unidade de Presidente Epitácio da empresa Centro-Sul expõe que as negociações com a ALL ainda não foram concretizadas, pois as obras no trecho entre Prudente e Epitácio ainda não foram concluídas. "Não tinha como fechar nada, porque os trilho até lá estão em más condições. Ainda não fizemos planejamento pensando em transportar em vagões, mas é claro que se tivermos essa chance poderemos averiguar a possibilidade. Interesse nós temos", informa.
Posicionamento
De acordo com o procurador de Justiça, Luís Roberto Gomes, a reunião foi feita com o objetivo de reunir a concessionária e empresas para reativar o transporte ferroviário. "A ANTT estava lá por ser responsável por cobrar cumprimento do contrato de concessão. Não houve pedido de suspensão, a finalidade é a regularização". Ele afirma que não recebeu notificação de acordos concretizados.
Por sua vez, Wadir Olivetti Júnior, diretor regional da Fiesp/Ciesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo/Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), afirma que nenhuma informação sobre elaboração de propostas foi enviada a ele. "A última notícia que tive é que a fase é de negociação", comenta. Já Marco Antônio Goulart, diretor de Comunicação da UEPP (União das Entidades de Presidente Prudente), explica que a grande preocupação da organização do evento era realizar essa reunião e promover esse contato entre concessionária e empresas. "O objetivo era criar esse cenário. A partir dali encerrou nossa participação", expõe.
A ALL informou, por meio de nota, que após a reunião realizada no dia 22 de maio, reiterou junto aos empresários interessados no transporte ferroviário de cargas na região, o compromisso de avaliar as condições comerciais para tanto e está aguardando o retorno dos mesmos. Em relação à via permanente, a concessionária esclarece que o trecho na região é ativo e que realiza manutenções constantes na via férrea.
