“Prudente reúne profissionais de excelência na cirurgia plástica”

Dênis Calazans Loma - presidente eleito da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

PRUDENTE - MARCO VINICIUS ROPELLI

Data 09/10/2019
Horário 09:22
José Reis - “A glamorização equivocada da valorização da estética cria verdadeiras armadilhas”, alerta Dênis
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O cirurgião plástico prudentino, Dênis Calazans Loma, foi eleito o 31° presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e bate um recorde significativo: aos 51 anos, é o mais jovem cirurgião a ocupar o posto mais importante desta associação, que é a segunda maior do mundo. Mas, por que os cirurgiões plásticos chamaram um profissional do interior de São Paulo para liderá-los? Dênis não tem dúvidas. Ele afirma que Presidente Prudente demonstra excelência nesta especialidade médica, não perde para nenhuma grande cidade, além de ser um centro formador de profissionais. O especialista comandará a entidade no biênio 2020/2021, será empossado no fim de novembro e garante que sua conquista é uma conquista prudentina, construída por 15 anos, com participações em diversas diretorias anteriores. Dênis descreve nesta entrevista exclusiva os objetivos e dificuldades da gestão que está por vir.

O Imparcial: Quais as atribuições da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica?

Dênis Calazans Loma: A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica é uma entidade que congrega 6,5 mil cirurgiões plásticos brasileiros, existe há 72 anos e é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina e pela Associação Médica Brasileira. É uma instituição responsável pela formação e atualização dos cirurgiões plásticos brasileiros, e tem papel não só educativo, mas também tem um “braço” humanitário. Promove cirurgias plásticas em locais de difícil acesso dos especialistas ou ações em mutirões de cirurgia plástica.

Qual a importância de sua eleição para Presidente Prudente?

É um diferencial para uma cidade do interior de São Paulo ter um representante médico neste posto de presidente de uma sociedade reconhecida internacionalmente por excelência. Somos a segunda maior associação do mundo, só ficamos atrás da americana. Dos eventos científicos, o maior é o Congresso Brasileiro de Cirurgia Plástica, realizado, neste ano, de 20 a 23 de novembro, em Brasília. Lá será minha posse. Esse congresso é o maior evento de cirurgia plástica do mundo, cerca de 3 mil congressistas estarão presentes. Minha posse eleva o nome científico da cirurgia plástica prudentina, que já possui profissionais de excelência. Nós temos, em Prudente, profissionais muito éticos e competentes.

Com o que sua vivência em Prudente pode colaborar em sua gestão?

Prudente tem Faculdade de Medicina, nós temos um serviço na área de medicina de alto nível, sendo um centro formador de médicos. Esse modelo pode servir ao menos de inspiração para outros locais do Brasil. Devemos mostrar, também, que o interior do Brasil tem valorosos profissionais da cirurgia plástica e de diversas outras especialidades, ou seja, envolve um cabedal científico com uma qualidade de medicina que se equipara a grandes cidades.

Quais os objetivos de sua gestão?

Nós temos alguns objetivos. A questão do mercado de trabalho da medicina tem se tornado complexo, com excessivo número de escolas médicas implantadas no Brasil nos últimos anos. Isso impactou fortemente no mercado de trabalho, que está mal distribuído e saturado. Nós pretendemos adequar o número de cirurgiões à necessidade dos brasileiros, mas antes de pensar na quantificação, nosso objetivo é a qualificação, mantendo a cirurgia plástica como um bem social e, sobretudo, com a segurança dos pacientes.

Como você e a equipe diretora chegarão a estes objetivos?

Mantendo a excelência de formação. Atualmente temos no Brasil 84 escolas de cirurgia plástica, precisamos adequar o número de formandos, criar um trabalho de conscientização da população de que a cirurgia plástica deve ser exercida por médicos qualificados, portadores de títulos de especialistas. Estamos assistindo certo desmando na medicina brasileira com profundo lamento. Acompanhamos a atuação de paramédicos no exercício de práticas próprias da cirurgia plástica e procedimentos dermatológicos, de maneira aética. O que acontece é que vivemos numa ditadura da beleza. A glamorização equivocada da valorização da estética cria verdadeiras armadilhas para pacientes desavisados que realizam procedimentos com paramédicos, gerando consequências dramáticas com sequelas irreversíveis e até a morte, por um acesso guiado por promessas de custos mais baixos. O objetivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica é levar às autoridades competentes medidas protetivas à segurança dos pacientes

Qual a política de sua gestão em relação às ações sociais?

Outro “braço forte” de ideias é ampliar as ações humanitárias, possibilitando as pessoas que não têm acesso fácil à cirurgia plástica, não apenas como imagina o senso comum, com procedimentos puramente estéticos, mas em relação às pessoas queimadas, com tumores cutâneos, casos de reconstrução mamária, entre outros.

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