Alagoas: férias durante o ano todo

Diário de Bordo

Estado atrai turistas com litoral de águas límpidas quase intocado e outras atrações

COLUNA - Diário de Bordo

Data 18/08/2019
Horário 05:01
Belos resorts na orla de Maceió oferecem hospedagem de alto padrão diante de cenário paradisíaco
Belos resorts na orla de Maceió oferecem hospedagem de alto padrão diante de cenário paradisíaco

São mais de 400 km de águas salgadas e doces, envolvendo 230 km de litoral pontilhado de lindas praias adornadas por vastos coqueirais e cerca de 200 km do majestoso Rio São Francisco, que banha as cidades históricas de Piranhas e Penedo. E mais: bonitas lagoas (Mundaú e Manguaba, as mais importantes) e outros rios de menor porte. O clima é eminentemente tropical (a temperatura média é de 28ºC), e o sol reina soberano o ano inteiro. Alagoas se notabiliza também por sua deliciosa gastronomia, rico folclore e diversificado artesanato, sem esquecer a hospitalidade do seu povo, especialista em receber bem.

Segundo historiadores, a ocupação do território alagoano se deu inicialmente por terra, e o povoamento se processou lentamente, tendo se formado, ainda no século 16, três grupamentos básicos: Penedo, Porto Calvo e Alagoas, atualmente Marechal Deodoro. Quanto a Maceió, a atual capital do Estado, surgiu em meados do século 17, e se desenvolveu ao redor de um antigo engenho de açúcar. O nome Maceió originou-se na denominação dada a um riacho que corria nas proximidades, chamado Maçai-o-k pelos nativos. Foi elevada à categoria de cidade e sede do governo provincial, em 9 de dezembro de 1839, sendo inaugurada a nova capital no dia 16 de dezembro daquele ano, pelo então presidente da Província, Agostinho da Silva Neves. Com o passar dos anos, Alagoas alcançou o seu desenvolvimento, baseando-se na cultura da cana-de-açúcar, que ainda hoje reflete no contexto econômico estadual.

Contudo, outra atividade econômica deu uma nova feição à economia alagoana, nos últimos anos, gerando emprego e renda. Trata-se do turismo. Tudo começou em 1979, com a entrada em operação do Hotel Jatiúca, que provocou o "boom" do turismo em Alagoas. A partir daí, novos hotéis foram construídos para atender a demanda e a capital alagoana se transformou, em pouco tempo, num importante polo turístico nacional, atraindo visitantes de várias regiões do país, notadamente do Sul-Sudeste. Não demorou muito e o nome Maceió atravessou fronteiras, hoje é conhecido internacionalmente. É comum ver na cidade turistas argentinos, italianos (que chegam em voos charters semanais) e de outras nacionalidades. Quanto à hospedagem, Maceió conta com hotéis de uma a cinco estrelas (7.039 leitos), afora pousadas, albergues e apartamentos de aluguel por temporada.

Atualmente, com uma população superior a 700 mil habitantes, Maceió é o lugar ideal para férias revigorantes em qualquer época do ano, especialmente para aqueles que fogem da azáfama do dia-a-dia nas grandes cidades e precisam parar um pouco para um salutar descanso, aproveitando as benesses que a natureza oferece, com tranquilidade e segurança. O forte de Maceió são as praias, urbanizadas e próximas do centro comercial. As mais frequentadas são as de Pajuçara (onde estão os Sete Coqueiros - símbolo da cidade - e uma piscina natural a 2 km da costa), Ponta Verde e Jatiúca. Há outras mais afastadas do centro: Cruz das Almas, Jacarecica, Guaxuma, Garça Torta, Riacho Doce, Mirante da Sereia, Pratagy e Ipioca, todas no litoral Norte.

Vida noturna

Maceió tem vida noturna animada. Uma boa pedida são os restaurantes e bares à beira-mar (boa parte com música ao vivo), cujo cardápio atende a todos os gostos, seja uma comida regional, nacional ou internacional. Para os que preferem restaurantes e bares fora da orla marítima, uma boa pedida são os localizados no bairro Stella Maris, bastante procurados pelos turistas. Não muito distante, no bairro de Jaraguá, na zona portuária, que foi revitalizada pela Prefeitura do município, há antigos sobrados e armazéns que foram recuperados e transformados em sofisticados restaurantes, bares e casas de shows, constituindo-se em atração turística. Há, também, boates e outras casas de shows espalhadas por toda cidade, que registram um bom movimento.

Gastronomia

A culinária alagoana é uma das mais saborosas do Brasil. Os peixes e crustáceos encabeçam o cardápio dos restaurantes e bares de Maceió e das cidades turísticas interioranas. Nos estabelecimentos mais sofisticados, como nos mais simples, as comidas seguem o mesmo padrão, e o sabor é incomparável. Lagosta, camarão, sururu, polvo, siri, maçunin, ostra e peixes de vários tipos, além da tradicional carne-de-sol são muito apreciados pelos turistas. Outras atrações da culinária alagoana são os doces e bolos caseiros, deliciosos. Destaque para os bolos de mandioca, beiju, tapioca, suspiros, cocadas, broas, quebra-queixo, puxa-puxa. Quanto às frutas, nada melhor do que sucos ou sorvetes de pitanga, pinha, graviola, umbu, manga, caju, cajá, cruaçá, carambola, acerola, laranja, sem esquecer o delicioso caldo-de-cana, comercializado em vários pontos da cidade.

 

Visitar as piscinas naturais de Pajuçara está entre as atrações mais procuradas por quem visita Maceió

 

Toda orla de Maceió é marcada pelos coqueiros e piscinas naturais.

 

CENTRO HISTÓRICO

Marechal Deodoro: Simples e bela

REPORTAGEM LOCAL

Distante apenas 33 km da capital, Maceió, a cidade de Marechal Deodoro é parada obrigatória para quem visita Alagoas. A terra do proclamador da República brasileira vive hoje da cana, da pesca, do coco e do turismo.

Depois que o rei D. João separou o Brasil em Estados, Alagoas - que era província de Pernambuco - ganhou autonomia e elegeu como sua primeira capital Santa Maria Madalena do Sul, mais tarde conhecida como Marechal Deodoro em homenagem a seu filho mais ilustre, primeiro presidente da república brasileira.

A grande quantidade de famílias detentoras de engenho produtores de cana-de-açúcar, além do porto natural que era porta de saída para a exportação do produto, foram decisivos para a escolha da capital. Fundada em 1522, a pequena Marechal, localizada às margens da lagoa Manguaba, tem cerca de 36 mil habitantes e vive da cana, da pesca, do coco e do turismo.

Quem chega à cidade volta ao período colonial brasileiro e respira História ao caminhar pelas ruas estreitas de paralelepípedo. Em seu centro histórico, Marechal Deodoro guarda um dos maiores acervos da arquitetura que predominou no Brasil no século 16, com a união dos estilos barroco e colonial.

A música que se ouve, ao caminhar pelas ladeiras, é fruto do desenvolvimento cultural da cidade, marcada por uma grande quantidade de grupos folclóricos e de músicos. Há duas orquestras em Marechal, a Filarmônica de Santa Cecília e a Municipal. Não é raro ver nos banquinhos das praças meninos entoando doces melodias em flautas e oboés. O ritmo cadenciado e as vozes de crianças em coro também se destacam em meio à quietude da cidade. A qualquer momento é possível virar a esquina e ver componentes de grupos folclóricos que não deixam passar uma só data comemorativa ou festa religiosa em branco. São grupos de guerreiros, coco de roda, pastoril e bandas de pífano.

Diz a lenda que todo menino quando nasce em Marechal ou vai ser músico ou pescador. A prova dos nove é jogar um punhado de barro na parede. Se ficar colado é porque vai ser músico, se cair, vai ser pescador. Outro tipo farto em Marechal são as rendeiras. Nas calçadas, elas põem as cadeiras e passam horas a fio produzindo filés e labirintos para expor e vender aos turistas.

Saindo de Maceió pela manhã, é possível conhecer Marechal durante o dia, já que fica a apenas 33 km da capital alagoana. Na sua caminhada pela cidade, não deixe de conhecer os seguintes locais históricos: Igrejas da Matriz, de São Francisco e de São Benedito, o Museu de Arte Sacra, no conjunto que forma o convento e a Igreja de Santa Maria Madalena, o complexo do Carmo, o Palácio Provincial e a Igreja do Rosário.

Por fim, é claro, a casa de Marechal Manoel Deodoro da Fonseca, na qual ainda se pode apreciar a fachada e a sala de jantar originais, objetos e pertences da família e um bom bate-papo com o guia local. É ele quem nos conta curiosidades sobre D. Rosa Paulina da Fonseca, mãe de Deodoro e de mais sete filhos e duas filhas, uma verdadeira coronela que comandou a casa com punho de ferro e teve entre os filhos bravos combatentes de guerra, um patrono do serviço médico do Exército, o primeiro governador de Alagoas e o primeiro presidente do Brasil republicano.

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