Em ambas, o mistério

OPINIÃO - Arlette Piai

Data 06/08/2019
Horário 05:48

As novas descobertas científicas são de deixar qualquer ficção no chinelo. Quando o homem descobriu o fogo, ficou assustado com “a mágica”. Depois descobriu a roda, a carroça e as charretes.  Os carros, a luz elétrica e a tecnologia. Considerou-se o senhor da terra e a sua morada-planeta o centro do universo. Entretanto, a partir do século 20, com a física moderna, os conceitos viraram de ponta cabeça, deixando até mesmo os seus próprios descobridores em polvorosa. Afirmou Albert Einstein: “O tempo é paralelo. A distinção entre presente, passado, e futuro é ilusão”,

Surgiram assim comprovações para além da compreensão da nossa razão. Por exemplo, alguém em outra galáxia, neste momento em que você está lendo este artigo, pode ver você num passado que ocorreu há milhares de anos ou num futuro longínquo. Somos formados de átomos, e se fôssemos um único deles teríamos nossas próprias cópias em Roma, Paris, Plutão e até em outras galáxias O mundo atômico é a gênese de nós mesmos, da flor, das pedras e de tudo que existe no universo.

Assim, foi deduzido, embora não provado, que podemos estar vivendo simultaneamente em múltiplas dimensões ou outros mundos. É tão maluca as explicações da física como foi maluco ouvir na minha infância a história do “João Pé de Feijão”. A diferença é que a criança é humilde e mais sábia que “nossas certezas” de adultos. A revolução da física causada por esse novo perfil são asas para voar numa lógica que nos parece ilógica, mas que é tão lógica quanto os movimentos de rotação e translação da terra. Afinal, quem vê a terra girar?

Nesse contexto, podemos estar presentes agora em outras dimensões? O que fazemos aqui?  Declara Gerardus Hooft, físico da Universidade de Utrecht e vencedor do Nobel 2001: “Nenhum computador teria como decifrar os enigmas da natureza, já que nada pode computar mais rápido que o Universo”. E completa: “O Multiverso possivelmente deve ser compatível com a liberdade de escolha, mas ainda não se conseguiu explicá-lo. Entretanto, se as nossas ações estiverem impressas no tecido cósmico, elas só serão concretizadas e modificadas ou não modificadas de acordo com nossa vontade e ações praticadas, portanto, somos livres para semear, mas cativos na colheita”.  

Bem, caro leitor, parece que a física moderna está tirando nossos pés do chão. Acabou com as certezas do racionalismo e pôs fim na objetividade e certezas como as da física clássica newtoniana. Dessa forma, a ciência que durante séculos foi sacramentada como exata e matemática, como de fato é, e que a tudo responde com suas certezas, continua verdade no mundo concreto, mas veio abaixo quando se trata da gênese de que o mundo visível é constituído. Hoje a ciência e a religião voltam novamente a caminhar no mesmo trilho. Na religião está o mistério, na física moderna “o princípio da incerteza”, ou seja, em ambas o mistério. O novo caminho da ciência é a grande esperança de um novo renascer em época em que se matam crianças na escola, em shoppings, em templos, fiéis em igrejas, principalmente no país mais rico do planeta. A falta de fé e de Deus conduziu a um mundo vazio, fútil e frívolo. Amor e espiritualidade é o alimento de que toda humanidade precisa para se tornar verdadeiramente humana.

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