Idoso e a ansiedade

OPINIÃO - Sergio Munhoz Pereira

Data 09/04/2020
Horário 04:35

A frequência de idosos que chegam aos hospitais, hoje em dia, é enorme. Sejam trazidos por terem caído e estarem com lacerações na testa, corte nos lábios, uma leve entorse ou fratura de grandes ossos. Muitos chegam até desidratados, com anemia. No entanto, uma boa parte dos idosos está com alguns sintomas denominados erroneamente de distúrbios neurovegetativos - “os pitis”. E mais grave é a recorrência destes casos.

Quando vamos conversar com o paciente, quase sempre os filhos, netos ou cuidadores não o deixam falar, mas aos poucos percebemos que muitos idosos passam quase o dia todo sozinhos trancados em suas casas, sem ter atividades para ocupar o tempo e começam a preocupar-se com o presente e o futuro, sempre lembrando dos dias vividos no passado.

Uma boa parte dos idosos está com alguns sintomas denominados erroneamente de distúrbios neurovegetativos - “os pitis”

A ansiedade pode surgir, mesmo sem causa aparente. No início, discretamente e vai se avolumando para, então, desencadear vários sintomas físicos.  Os mais frequentes são aperto ou dor no peito, fala rápida, falta de ar, insônia, irritabilidade, náuseas, vômitos. Também são comuns palpitações no coração, respiração ofegante, roer unhas, tensão muscular, tonturas, tremores e vômitos.

Não temos dificuldades em identificar as causas, produzir um diagnóstico e sugerir tratamento. Muitas vezes os familiares desejam prescrições de medicamentos, mas em geral basta dar certa autonomia ao idoso, que a ansiedade poderá ser amenizada, e até abolida. Entretanto, em pacientes muito limitados na sua movimentação, especialmente com fraturas ou amputações, a ansiedade poderá agravar-se.

Assim, tomar ações muitos simples podem resolver o problema. É necessário imediatamente proceder a retirada da causa ou causas da ansiedade, para que não piore e haja risco de depressão e até mesmo suicídio.

 

 

 

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