Mulheres devem romper com ciclo de violência doméstica

EDITORIAL -

Data 24/10/2019
Horário 04:02

Embora os casos sejam corriqueiros, eles jamais podem ser banalizados. Os crimes de violência doméstica são noticiados quase que diariamente, mas não devem ser encarados como “somente mais um caso” de agressão contra mulheres. Como divulgado recentemente por O Imparcial, a DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Presidente Prudente soma 633 denúncias de violência contra elas, entre janeiro e julho deste ano. O preocupante é que, mesmo com a implementação de medidas punitivas mais efetivas contra os agressores, os casos seguem ocorrendo com frequência.

E a tendência é que cada vez mais as mulheres denunciem as agressões sofridas. Elas não podem se calar diante de tanta atrocidade. Não podem permitir e aceitar nenhum tipo de violência, seja ela física ou psicológica. Não raro nos deparamos com casos de esposas, companheiras, que sofreram caladas, ano após anos, toda sorte de agressão. Muitas acabam tão envolvidas com a situação, que não têm força e capacidade emocional para se verem livres de seus algozes. Preferem se anular e viver em um relacionamento doentio a desfazerem o laço familiar: a maioria pensa que este é o melhor a se fazer pelos filhos.

Ledo engano. Em uma situação como essa, já não existe estrutura familiar. Afinal, quem é que aceita ver o próprio pai agredindo a mãe? Justamente a pessoa que, instintivamente, tentamos proteger com unhas e dentes. Com certeza, para os filhos, é muito melhor que cada qual siga seu caminho, e que pai e mãe se tratem com respeito e urbanidade.

Infelizmente, há casos de mulheres que dependem financeiramente de seus maridos e acabam se submetendo a humilhações, xingamentos e agressões físicas, pois não enxergam uma luz no fim do túnel. Mas há. É preciso ter coragem para dar um basta. Nem que para recomeçar seja necessário arregaçar as mangas e trilhar um caminho diferente. Não ter vergonha e buscar ajuda de familiares, do poder público.

As mulheres devem ficar atentas aos mínimos sinais. Se o namorado age com excessos, tenta controlar a companheira, não deixando que ela use as roupas que ela gosta, que ela tenha amizades, enfim, que ela tenha uma vida social normal, já é preciso ficar alerta. Os relacionamentos servem para somar e não o contrário. Ninguém deve se anular para satisfazer as vontades do outro. É preciso romper com o ciclo de violência o mais rápido possível, antes que ele se perpetue de geração para geração.

 

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