Na Cooperlix, vontade de se reerguer supera qualquer dificuldade

EDITORIAL -

Data 04/10/2019
Horário 04:01

O descarte incorreto do lixo é responsável pelos mais graves problemas ambientais do planeta. Além do mau cheiro e aumento da poluição do ar, provoca a contaminação do solo e da água, alagamentos e inundações, sem contar que estraga a beleza urbana e coloca em risco a saúde pública.

Na tentativa de solucionar o problema, a coleta seletiva apresenta-se como uma alternativa extremamente eficaz, proporcionando benefícios não apenas ao meio ambiente, mas também a um grande número de pessoas que deixou a catação ou a garimpagem no lixão, e tem hoje, neste trabalho, uma fonte de renda.

Em Presidente Prudente, com mais de 15 anos em atividade, a Cooperlix (Cooperativa dos Trabalhadores de Produtos Recicláveis) conta hoje com aproximadamente 90 cooperados.

O trabalho - que consiste em coletar de casa em casa o lixo reutilizável e separar, em esteiras, papéis, metais, vidros, papelão e plástico, para depois prensar e seguir para comercialização - chegou a ficar suspenso por uma semana, no ano passado, quando um incêndio destruiu a antiga sede da cooperativa. Com as chamas, perdeu-se praticamente tudo: os materiais recicláveis, todos os equipamentos de trabalho, maquinários, a estrutura do barracão e até mesmo um caminhão que estava no local, na hora do fogo.

A vontade de se reerguer, porém, falou mais alto. Dois dias depois da tragédia, lá estavam os cooperados, atuando em local provisório. E assim continuaram, por quase cinco meses, até a nova sede, localizada no Distrito Industrial da zona leste, ser entregue.

Hoje, apesar de seguir atuante, contribuindo para a diminuição do volume de resíduos sólidos urbanos, a Cooperlix vê seu faturamento cair pela metade. Conforme matéria divulgada na edição de ontem, mensalmente, em média, são arrecadados cerca de R$ 30 mil, por volta da metade de antes do incidente. A proporção se repete com a média mensal de arrecadação de materiais recicláveis, hoje em torno de 220 toneladas.

A maioria das pessoas que trabalham lá saiu do lixão e hoje vive desta renda. Apesar de todas as dificuldades enfrentadas, eles continuam ajudando a manter a cidade limpa e, o melhor, sempre esperançosos de que dias melhores virão. Que assim seja, contando claro, com a cautelosa e importante ajuda da população no processo de separação.

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