Pão de Mia e Outros Trocadilhos

O Espadachim, um cronista que adora ver ratos se digladiarem

OPINIÃO - Sandro Villar

Data 05/05/2020
Horário 05:39

E não é que criaram o Pão de Mia? O "pai da criança" é a chefe de cozinha Filipa Gomes, que descobri por acaso no Google. Nesse caso, Filipa é "a mãe da criança" e não pai como mencionei. A receita é simples: farinha, água e fermento. Detalhe: não precisa amassar. Aí já não sei o motivo e os interessados que tratem de encontrar a Filipa, cujo endereço também desconheço.

Bom saber que Filipa quer alegrar o respeitável público (galera, pra mim, é navio) nestes dias tão tristes e trágicos para a humanidade. Como é óbvio, ela fez um trocadilho com a palavra pandemia. Também tive esta ideia, assim como, presumo, centenas de pessoas. Mas, por uma questão de justiça, dou o crédito para Filipa.

Em suma: ela criou este trocadilho e, de quebra, o pão. Xô, pandemia! Pão de Mia para todos. Tem jornalistas e escritores que fazem trocadilho e, depois, pedem perdão. "Com perdão do trocadilho", costumam afirmar e, sinceramente, acho isso uma bobagem. Se é para pedir perdão, esqueça o trocadilho, cara-pálida.

Como todo mundo sabe, trocadilho é, se entendi direito, um jogo de palavras parecidas, mas com significado diferente. Temos aí o exemplo de pandemia e Pão de Mia, uma doença e um alimento. E quem tem cachorro? Esta é bem manjada. Com todo tipo de raça de cão, promove-se uma cãominhada, divertido trocadilho de caminhada.

E você aí já esteve em Londres? A Adriana Esteves. Este é um trocadilho mais ou menos recente, como também são recentes os que se seguem: "Eu falo bonita, o Miguel Falabella"; "Eu sou brasileiro, Renato Russo"; "Eu jogo na quina, o Ayrton Senna" e "Eu não tenho, mas o Frankstein". Enfim, são muitos e engraçados.

Lembro-me de dois trocadilhos bem antigos (sim, sou antigo e não de Antígua). Um operário cruza com um padre na rua e pergunta: "Para onde o senhor vai?", pergunta o operário. De bate-pronto, o religioso diz: "Vou para o meu apostolado". Aí o sujeito, apressado, emenda: "Eu vou para o lado oposto".  

Outro trocadilho envolvia a Esso e o maestro Élcio Alvarez, que tinha uma orquestra famosa à época. Um comercial da petroleira dizia que "só Esso dá ao seu carro o máximo". O maestro não perdeu tempo: "Só Élcio dá ao seu baile o máximo". Baita sacada. Com aquela orquestra de tempos civilizados, o baile era mesmo o máximo. Por falar em baile, quem dança no Baile da Ilha da Fantasia? Mito Messias ou Marreco?

DROPS

Filme da Semana no Cine Brasil: Briga de Cachorro Grande, estrelando Mito Messias e Marreco.

Gilmar Mendes diz que o Marreco é o pai do bolsonarismo e, neste caso, resta saber quem é a mãe. 

Os dias estão assim. As noites também.

Estamos todos no mesmo dirigível. Será? Cuidado, hein?

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