Quanto tempo leva para que uma pessoa que fez um exame, a fim de atestar Covid-19, receba o resultado? Seja ele positivo ou negativo, não há uma resposta exata para essa pergunta. No território paulista, a referência para realizar tal teste é o IAL (Instituto Adolfo Lutz), na capital, que tem enfrentado uma alta demanda e também a solicitação de um povo que quer saber, o mais próximo possível, qual a verdadeira realidade em relação ao novo coronavírus.
Antes da pandemia que o mundo vive, esse tempo hábil podia ser medido. Mas nos períodos atuais, inicialmente eram sete dias, depois 15 e agora sem prazo. Com o aumento do número de casos suspeitos em todo o país, aumentou também a demanda na realização de exames no IAL, que é um dos três laboratórios de referência nacional para atestar o Covid-19, fora as demais doenças, que não deixaram de existir simplesmente porque o novo coronavírus chegou.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, até o último balanço, havia na fila de espera cerca de 16 mil testes para serem realizados no IAL. Nesse contingente, também estão os casos suspeitos da região de Presidente Prudente, que se aproxima dos 300. Diariamente, a pasta prevê que aproximadamente 1,2 mil são realizados, número parecido no que diz respeito à chegada de novos testes. Em outras palavras, está difícil reduzir o total a ser feito, já que há um equilíbrio no que é realizado com o que é solicitado todo dia.
O que não pode ser esquecido é: a prioridade é e sempre será atestar os casos graves e os profissionais da saúde primeiramente.
COMO MELHORAR
ESSA SITUAÇÃO?
Como noticiado na última semana por este diário, o governo estadual anunciou que vai ampliar a rede de testes para o novo coronavírus no Estado, em uma força-tarefa. A informação foi divulgada pelo próprio governador João Doria (PSDB). Nesse efetivo, as unidades regionais do IAL, situadas em Santo André, Sorocaba, Ribeirão Preto, Bauru e São José do Rio Preto, estarão habilitadas a processar amostras, com capacidade para 500 exames por dia em um primeiro momento, podendo chegar até mil.
Então, pensando nisso e na aceleração que será dada no próprio instituto, lembra daquela carga de 1,2 mil teste feitos por dia? A ideia é que esse número chegue a 8 mil, segundo o próprio Estado. No fim da semana passada também foi anunciada a “Plataforma de Laboratórios”, uma rede com hospitais do Estado que visa fazer um mutirão para zerar a fila para a realização dos exames, coordenado pelo Instituto Butantã.
POR QUE PRUDENTE
NÃO ESTÁ HABILITADA?
A reportagem fez a mesma pergunta para o Estado, e a resposta é que não há um motivo específico. A habilitação das demais regionais para fazer o exame não quer dizer que a regional prudentina será prejudicada. Muito pelo contrário, uma vez que as demais realizarão testes de vários locais e não apenas das cidades que estão em seu entorno. Ainda de acordo com o governo, isso não impede que Prudente possa realizar também os testes futuramente, se necessário. Mas, para essa ampliação, seja aqui ou em outra localidade, é preciso pensar na estrutura física/material e pessoal.
REDE PARTICULAR
PODE FAZER TESTES?
Pode. Pelo menos de acordo com o Estado. Mas essa solicitação tem de partir da Prefeitura da cidade. Por exemplo, se existe um caso suspeito no município, e a administração municipal quiser realizar o teste na rede particular, basta encaminhar o paciente para colher o material. Contudo, na primeira vez em que isso for feito, é necessário que a contraprova seja também realizada no Instituto Adolfo Lutz.
De acordo com o Estado, é como se fosse uma espécie de aval, de credenciamento. Ambos os resultados sendo iguais, o laboratório estará permitido para seguir em frente com as demais solicitações que ocorrerem, sem precisar mais da contraprova. Atestando novos casos positivos, cabe ao Executivo repassar os dados para o governo estadual, a fim de contabilizar a realidade estatística. À reportagem, a secretaria lembra ainda que o laboratório não precisa dispor de nenhum material “anormal ou mais sofisticado” para realizar os testes.
POSSO PEDIR UM
EXAME POR CONTA?
Não. Seja um atendimento na rede pública ou particular, isso falando em hospitais, ao apresentar um caso suspeito ou provável de Covid-19, cabe à unidade de saúde notificar a VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal), ou seja, notificar o município. Ele é quem será o elo e o solicitante para um exame médico, seja encaminhado para o IAL ou para um laboratório da rede particular que esteja habilitado, também como explicado pela Secretaria Estadual de Saúde.
PP PRETENDE ACIONAR
A REDE PARTICULAR?
Também não. De acordo com a Prefeitura, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) não cogita essa opção, pois acredita que essa reestruturação que está sendo feita pelo governo estadual ajudará para que tenha uma maior agilidade na realização e entrega dos exames.
