Prudentinos recontam clássico “Eles não usam black tie”

Clássico de Gianfrancesco Guarnieri é dirigido por Dan Rosseto e conta com Vicentini Gomez, como um dos atores

VARIEDADES - WEVERSON NASCIMENTO

Data 02/06/2019
Horário 08:50
Cedida/ Izmota: Espetáculo é um clássico de Gianfrancesco Guarnieri
Cedida/ Izmota: Espetáculo é um clássico de Gianfrancesco Guarnieri

O espetáculo “Eles não usam black tie”, é um clássico da dramaturgia brasileira, que conta a história de um choque entre pai e filho com posições ideológicas e morais completamente opostas e divergentes, o que, por sinal, dá a tônica dramática ao texto. Desta vez, iremos mais longe, isso porque dois prudentinos farão parte do clássico de Gianfrancesco Guarnieri em São Paulo. A peça será dirigida por Dan Rosseto e conta com Vicentini Gomez, como um dos atores. E olha a surpresa, o leitor do jornal O Imparcial que apresentar na bilheteria do Teatro Morumbi – São Paulo esta matéria, impressa ou online, terá 50% de descontos no valor do ingresso durante toda a temporada.

“Eles não usam black-tie” situa-se numa favela, nos anos 50, e tem como tema a greve, e ao lado da greve a peça tem como pano de fundo um debate sobre as reflexões universais da frágil condição humana, os homens e seus conflitos. O elenco será composto também pelos atores Camila Brandão, Carolina Stofella, Haroldo Miklos, Kiko Pissolato, Miriam Palma, Paloma Bernardi, Paulo Gabriel, Samuel Carrasco, Tiago Real e direção de produção de Fabio Camara.

De acordo com o diretor Dan Rosseto, o espetáculo é uma adaptação da obra de Guarnieri a qual teve permissão da família para montagem e desde então, respalda-se dos direitos. Ele ressalta que no ano passado se deu conta de que a montagem histórica do Arena, comemorava 60 anos e por ser um clássico do teatro nacional, decidiu que era a hora de reviver o contexto com uma montagem atual, que trouxe-se um pouco das discussões enraizadas na obra.

“Trata-se de uma metáfora do mundo que se vivia naquela época e 60 anos depois se percebe que nada mudou. Essa coisa do Guarnieri de colocar o povo no palco ainda é muito raro porque geralmente quem está lá, são os patrões e a classe burguesa e ele, pela primeira vez, coloca a população” diz Rosseto ao expressar que hoje, dado momento político, cultural e econômico, nada tenha mudado, logo, o espetáculo tem como urgência trazer uma história que precisa ser recontada. 

Segundo Vicentini, o personagem a qual interpretará será um líder operário que está sempre mobilizando greves e reivindicando os direitos “É um personagem que lá nos anos 60 foi de extrema importância para mobilização da classe e para os movimentos sociais” diz.

 

Dan Rosseto e Vicentini Gomez

relembram trajetória

 

WEVERSON NASCIMENTO

Da Redação

O ator e diretor Dan Rosseto estudou Comunicação Social na Facopp (Faculdade de Comunicação Social "Jornalista Roberto Marinho") de Presidente Prudente e foi quando em 1997 entrou para a companhia de teatro da universidade, onde começou a trabalhar com o atual secretário municipal de Cultura, José Fábio Sousa Nougueira.

Quando se formou em 2001, foi para São Paulo para continuar com os estudos e já está há 18 anos. Ele relata que sua história com Prudente se resume nos quatro anos e meio em que estudou e trabalhou junto com o Fábio na companhia da universidade. “Eu aprendi muito sobre a disciplina, a ética e como montar um espetáculo. A cultura no interior é bem forte, a comunicação direta como público, quando você sobe no palco com verdade e defende seus ideais, é/foi uma boa escola”.

Em 2006, começou a dirigir teatro, logo, considera que a importância do profissional é conseguir olhar o “todo” e alinhavar no espetáculo. “Eu sempre gostei, mas eu nunca tinha notado essa aptidão para direção. Então, eu comecei dirigir por acaso, as portas foram se abrindo e eu acabei me estabelecendo na direção. Eu já tenho mais de 25 espetáculos de teatro dirigidos, entre musicais, monólogos, com textos meus e releituras de textos clássicos”.

Dan relembra que sua trajetória se cruzou com Vicentini ainda na universidade, quando o ator foi convidado para dar aula de corpo e mímica para o grupo. “Sempre buscamos essa participação conjunta, já era um desejo antigo, pois ele foi meu professor e é uma pessoa que eu tenho muito alegria em trabalhar. Quando encontramos alguém que lá atrás apostou na gente e hoje nos olha como uma maneira muito respeitosa, é muito gratificante”.

Vicentini Gomez

Vicentini iniciou sua carreira artística em 1976 e sempre acumulou funções como autor, mímico, ator e diretor, tanto na televisão quanto no teatro e no cinema.  Atuou em diversas novelas na Rede Globo. Intérprete do personagem Giuseppe da novela “Cúmplices de um Resgate”, Vicentini é reconhecido por muitas crianças por onde passa. Na dramaturgia, é casado com Fiorina e é dono da sapataria do vilarejo. Por ser criativo, sempre descobre alguma maneira de conseguir dinheiro extra. Além de novela, Vicentini realizou o longa-metragem “Histórias & Estórias – cem anos – Presidente Prudente”, docudrama que conta a história do munícipio na comemoração do centenário em 2017.

Atualmente, o diretor está trabalhando em mais um projeto, o longa-metragem “Duzinda”, uma adaptação livre do romance homônimo de Clotilde Chaparro, prestigiada e premiada autora brasiliense.

Com relação ao trabalho realizado com Dan Rosseto, Vicentini relembra que ele atuou como ator no filme que retrata o centenário prudentino. “Esta sendo muito prazeroso e estou aprendendo bastante com o ele. Hoje o Dan é um dos diretores mais importantes do teatro brasileiro, o jovem tem se consolidado e tem feito um trabalho de grande expressão para o teatro.” O espetáculo dirigido por Rosseto, “Nunca fomos tão felizes”, Vicentini considera ser um dos melhores espetáculos do ano. “É um espetáculo belíssimo e ele conseguiu uma estética diferente, com um colorido diferente, tudo isso de forma atual, necessária e urgente para se ver”.


 

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