27 de agosto: Dia do Psicólogo

Nós, psicólogos, temos uma formação árdua. A graduação em Psicologia é de cinco anos. Após, tiramos nosso tão importante diploma e, consequentemente, o CRP (Conselho Regional de Psicologia) e, ainda assim, exige-se um estudo contínuo. Um psicólogo que se preza deverá estudar a vida toda. 
Sigmund Freud é o pai da psicanálise e estudou até os seus últimos dias de vida. Epistêmico foi em direção à busca pelo saber, formando-se em Fisiologia, Biologia, Medicina, Neurologia, Psiquiatria, Psicologia, Filosofia e assim fundou a psicanálise. Ele deixou um grande legado. Suas descobertas em direção ao funcionamento mental impulsionaram estudos pormenorizados relativos à psicologia e tudo o que implica a sua existência. 
A essência sobre a vida e o viver, bem como a relação com o outro e suas vicissitudes são repertórios da área da psicologia e psicanálise. O mais importante também é a questão, tão primordial, que é o autoconhecimento. É fundamental entendermos o que introjetamos e projetamos nas relações intra e interpessoais. Todo dia é dia do psicólogo. 
Busque ajuda, é extremamente importante falar de suas inquietações e do desconhecido que nos habita. Nosso mundo interno (pensamentos, ideias, fantasias, persecutoriedade etc.) faz estragos e desencadeiam prejuízos no mundo externo, se não houver uma “tradução” e acolhimento de especialistas. Especialistas...! Reforço, fiquem espertos! Todos os profissionais devem ter os seus diplomas. Todos os profissionais devem ter o seu registro. Antes de buscar ajuda, informem-se sobre a formação. É extremamente importante. Há momentos, na vida de todos, de períodos de mais fragilidade, sensibilidade maior, porosidade, angústia, ideias esquisitas, reverberações traumáticas, etc., é preciso muito cuidado no “chão que vai pisar”. 
Quero fazer uma homenagem nesse dia, tão especial para Esther Bick (1902-1983), psicóloga e psicanalista polonesa, reconhecida pelo seu método de observação de bebês, que utiliza as emoções do observador como ferramenta para aceder à experiência inconsciente do bebê. Ela começou a observar que certos pacientes não pareciam muito doentes e que vinham para a análise porque consideravam o seu trabalho empobrecido, sua vida social insatisfatória e vagas queixas patológicas. E que sua vida onírica e na sua vida de vigília eram sujeitos a estados de desintegração temporária muito semelhantes àquilo que ela tinha observado nos bebês. 
Através de sua observação de bebês, ela deu grandes contribuições para a psicologia e psicanálise. Quero deixar para esse dia tão especial, um poema de Fernando Pessoa que também o homenageio: “A criança que fui, chora na estrada. Deixei-a ali quando vim ser quem sou; mas hoje, vendo que o que sou é nada, quero ir buscar quem fui onde ficou (1973)”.
 

Publicidade

Veja também