A CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) convocou três atletas de Presidente Prudente para o Pan-Americanos Júnior de Cali, na Colômbia, que ocorrerá de 25 de novembro a 5 de dezembro. O Brasil será representado com 350 atletas, sendo a maior delegação com 62 do atletismo. E é justamente onde estão os prudentinos Deisiane Teixeira, 21 anos, no lançamento de dardo; Maria Victória Belo de Sena, 21, nos 400 m (metros) rasos; e Gabriel Luiz Boza, 18, no salto em distância.
Os atletas explicam que para ser convocado para participar de uma competição desse porte, geralmente é por ranking ou por índice. Eles se inscrevem e, comumente, através de uma live no YouTube , o presidente da seleção brasileira faz a convocação. Quanto à preparação, Gabriel, por exemplo, diz que tem que ter uma atenção mais redobrada, de forma mais específica com mais qualidade, mais critérios pra chegar melhor fisicamente.
Pra isso, segundo ele, o professor Cremilson Julião Rodrigues, o Montanha, já está trabalhando para que ele chegue bem. “Como vai ser uma competição mais para o fim do ano, como já venho disputando outros vários, para que não chegue com o corpo cansado, preciso de treinamento com mais qualidade, mais atenção. Estou com grandes expectativas porque estou bem fisicamente, meu corpo está potente, estou mais seco, perdi peso e ganhei massa muscular e na parte técnica também. Estamos trabalhando muito ainda”, detalha.
Gabriel ressalta ainda que não está indo em busca de medalha. “Como é uma competição onde estarei competindo com atletas de até 22 anos e eu só tenho 18, não é minha obrigação, digamos assim, medalhar. Estou indo para melhorar minha marca. Consequentemente, posso ganhar medalha, mas vou sem pressão, sem peso. Então as expectativas são muito grandes de reassumir a liderança no Mundial sub-20, que é minha categoria e, como eu falei, se vir uma medalha será consequência do trabalho que eu fiz”.
Depois dessa competição, o próximo desafio, conforme adianta, só em 2022. “E o esporte pra mim é tudo. Tudo que venho conquistando através do esporte é maravilhoso, é incrível. Ganhei maturidade, responsabilidade, fiquei mais esperto através do esporte, conheci vários lugares, outros continentes”.
Maria Victória também menciona que segue com uma preparação intensa, com seu pai e treinador, Inaldo Justino de Sena, pois além de ser uma competição internacional muito importante, será a última da temporada de 2021. “Nossas expectativas são de melhorar o meu melhor resultado pessoal. Depois dessa competição encerremos a temporada, e teremos alguns dias de descanso, para já voltar a treinar pensando no ano que vem”, expõe a atleta, que tem o esporte como praticamente a sua vida.
“Francamente não consigo me ver vivendo em outro ambiente, e nem com outros propósitos. Agradeço muito a Deus por me permitir viver no atletismo, e a cada dia tenho mais certeza que é o que quero para minha vida e profissão!”, enfatiza Maria Victória.
É emocionante ler cada palavra de Deisiane Teixeira, que também é treinada por Cremilson, sobre a sua paixão e “gratidão” pelo esporte. E para começar, ela fala do quanto ficou feliz e emocionada pela convocação, para o Pan de Cali, pois eles, os atletas, treinam muito como objetivo de uma convocação como esta.
Sua preparação teve algumas mudanças pelo fato sua temporada nos Estados Unidos, onde ela está, ser completamente diferente de no Brasil. “Era para eu estar fazendo a preparação de uma base para competir em março de 2022 nos EUA, mas os planos mudaram por conta da convocação para os jogos Pan-Americanos. Agora eu e meu treinador iniciamos uma preparação exclusiva para o Pan. Temos como objetivo fazer uma ótima marca e, consequentemente, conquistar o primeiro lugar do pódio, e com isso fazer o encerramento da minha temporada”, diz Deisiane, que depois do Pan também encerra sua temporada, mas os treinos continuam, pois a temporada de 2022 inicia em março.
Voltando sobre a paixão pelo esporte, a atleta define exatamente a uma palavra, “gratidão”. Gratidão em tudo que esse esporte mudou e continua mudando sua vida. “Gratidão não apenas a todas as vitórias que já tive, mas também aos dias de luta que pensei em desistir, aos dias que foram difíceis. O esporte mostra que na vida sempre vamos ter altos e baixos, e são esses baixos que nos ensinam a dar a volta por cima e começar ainda mais fortes”, exalta a atleta.
Segundo Deisiane, graças ao esporte hoje ela treina nos Estados Unidos, fala duas línguas fluentes e está aprendendo uma terceira. “Estou quase me formando em minha faculdade. Eu trabalho, estudo e treino, e sim, tenho orgulho da mulher que me tornei através do esporte!”, exclama a atleta prudentina do lançamento de dardo.
Fotos: Cedidas
Com apenas 18 anos, Gabriel Boza vai disputar o Pan tranqüilo, sem a obrigação de medalhar
“Cada dia tenho mais certeza que quero viver do esporte”, diz Maria Victória, que busca melhorar sua marca