"As aventuras do Capitão Marvel"

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 28/09/2021
Horário 07:00

Nas décadas de 1930 a 1950, antes do domínio da televisão, os cinemas arrastavam multidões para suas sessões. Antes dos filmes de longa-metragem eram exibidos seriados de aventuras e faroestes que continuavam na semana seguinte, sempre deixando o herói em uma enrascada que servia de gancho para o próximo episódio. O primeiro seriado de super-herói que marcou gerações foi “As Aventuras do Capitão Marvel” (era assim que era chamado o Shazam, que depois teve que mudar de nome para não ser confundido com algum personagem da indústria Marvel, rival da DC Comics, detentora dos direitos do personagem) em 1941. Teve 12 episódios dirigidos por John English e William Witney, contando a história do jovem operador de rádio Billy Batson (Frank Coghlan Jr.) que durante uma expedição arqueológica conhece o velho mago Shazam, que confere a Billy o poder de se transformar no Capitão Marvel (Tom Tyler). Sua principal missão é proteger as lentes que energizam o misterioso artefato escorpião dourado, das garras de um terrível vilão, o Escorpião. Matinê dos velhos tempos. 
    
“As misteriosas mortes das telenovelas”

Continuando a série sobre telenovelas, um dos mais usados ganchos para prender a atenção do telespectador é o famoso “quem matou”? Baseado num dos mais utilizados expedientes da literatura de ficção e suspense, o “whodunit” (ou who has done it, que significa quem fez isto) é uma estratégia de capturar o leitor, que também é muito usada no cinema e na televisão. Uma das primeiras a usar o “quem matou” foi “O Sheik de Agadir” de 1966, onde muitas mortes eram feitas por um misterioso personagem, o Rato, que estrangulava suas vítimas (o desfecho causou risos, pois a assassina era a magrelinha de baixa estatura princesa Éden de Bassora vivida por Marieta Severo). Em 1969, Janete Clair foi obrigada a usar o recurso em “Véu de Noiva”, quando o ator Geraldo Del Rey pediu as contas para se transferir para a TV Tupi e ela teve que provocar um assassinato misterioso para justificar sua ausência: Quem matou Luciano? No final, a assassina foi Rita (Ana Ariel), que matou o rapaz porque ele abandonou a filha no altar e engravidou outra (Regina Duarte e Myriam Pérsia, respectivamente). Em 1977, Janete volta a paralisar o país com a pergunta: Quem matou Salomão Hayalla (Dionísio Azevedo)? O empresário foi assassinado pelo amante gigolô de sua esposa, Felipe Cerqueira (Edwin Luisi), revelado no último capítulo (no remake de 2011, a assassina foi Clô, Regina Duarte). Em 1980, foi a vez de Gilberto Braga desafiar em “Água Viva”: Quem matou Miguel Fragonard (Raul Cortez)? O mocinho da novela foi morto a tiros, 30 capítulos antes do final e seu assassino revelado no último capítulo: foi Kléber (José Lewgoy) por questões financeiras.O mesmo autor paralisou o país em “Vale Tudo” em 1988 com “Quem matou Odete Roitman”, que causou surpresa ao revelar Leila (Cássia Kiss) como assassina, pois a mesma matou por engano, achando ser Fátima (Glória Pires). O mais inventivo, no entanto, foi Bráulio Pedroso, em 1974, na novela “O Rebu”, que além de instigar os telespectadores a descobrir quem matou, durante os 30 primeiros capítulos, também lançou a dúvida de quem morreu, pois apenas aparecia, um corpo boiando em uma piscina. Na versão original, a vítima era Sílvia (Bete Mendes), e o assassino, o anfitrião da festa, Conrad Mahler (Ziembinski). Os spoilers deste texto são de amplo e irrestrito conhecimento público. 

Dica da Semana

Livros 

“Invencível – A Ascensão e a Queda de Stan Lee”:
Autor: Abraham Risman. Globolivros. Biografia do mitológico criador de personagens imortais como O Homem Aranha, O Incrível Hulk, X-Men e Pantera Negra, Stan Lee foi um inventivo criador da cultura pop. Sua obra imortal ajudou a evitar que a indústria dos quadrinhos fosse à falência inúmeras vezes, mas também criou inimigos múltiplos e foi autor de muitos fracassos. A verdadeira história do mago dos super-heróis. 

 

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