"As Divinas... e Maravilhosas"

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 27/12/2022
Horário 06:30

O autor Vicente Sesso vinha de êxitos sucessivos no horário das 19h, na Globo (“Pigmalião 70”, “Minha Doce Namorada” e “Uma Rosa com Amor”) quando em 1973 mudou de emissora e se transferiu para a TV Tupi para escrever no mesmo horário, a novela “As Divinas... e Maravilhosas”. Na história, o milionário Horácio Severiano Valadares de Lima (Procópio Ferreira) morre e deixa uma fortuna, modificando a vida de três mulheres: a jovem Catarina (Bete Mendes), uma mulher de meia idade, Helena (Nicette Bruno), e a velhinha Haydée (Nathália Timberg, sob uma pesada maquiagem). No elenco, ainda a presença de Geórgia Gomide, John Herbert, Íris Bruzzi, Geraldo Del Rey, Yolanda Cardoso e Arlete Montenegro. O tema de abertura “Love Theme” curiosamente fazia parte na mesma época da trilha sonora de uma novela na Globo: “Os Ossos do Barão”, e anos depois faria parte da abertura de “Celebridade”, em 2003.

“Dizer sem ferir”

Vivemos uma época de duras e grosseiras verdades. A sinceridade está em voga, doa a quem doer, a máxima é dizer o que se pensa, na lata, sem pestanejar! As chamadas pessoas verdadeiras não poupam ninguém e gostam de exibir seu dom máximo: estalar seu chicote verbal e sair disparando suas verdades internas como sentenças absolutas. Sob a ideia de não serem falsas, não têm freios e proferem o que for: impropérios, ofensas ou apenas impressões, pois não podem ocultar nenhum pensamento para o bem da humanidade. A linguagem perde sua função apaziguadora em prol de uma verdade, bem parcial, sem filtros. Afinal, temos o direito de falar o que pensamos? Ou deveríamos ter o direito de pensar o que quisermos sem obrigatoriamente dizer? Ou a questão não seria deixar de dizer, mas sim como dizer? Numa geração de empoderamentos individuais e coletivos, parece que perdemos a mão de dosar a liberdade da expressão com o direito à ofensa. Trituramos quem sai da linha e o cancelamento digital parece ser o resultado merecido de punir quem não nos agrada. Com a relevância das opiniões individuais, crescem juntos a intolerância e a perda preocupação com as feridas do outro. Está mais certo quem grita mais, quem defende seu território de ideias de forma bélica e trituradora. Não importa se o que se diz é ofensivo, desde que seja dito. Um libertador, pronto, falei! E recolha os seus cacos do caminho, que eu vou passar com minha opinião. Dizer algo para alguém segue os princípios do equilíbrio da beneficência e não maleficência. O que eu vou dizer é fundamental para alguém? O que eu vou dizer é útil ou agradável para alguém? O ato de dizer será transformador na minha vida, ou na vida de quem ouve? O que vou dizer seria agradável de ouvir se fosse dito por outra pessoa para mim? Soberbos estão sempre prontos para dizer, inteligentes conseguem perceber a hora de se calar. 

Dica da Semana

Filmes

“Pixinguinha – Um Homem Carinhoso”: 
Direção: Denise Saraceni. O filme narra a história do grande músico e compositor brasileiro, Alfredo da Rocha Viana Júnior, o Pixinguinha, desde os primeiros acordes na flauta até sua morte na Igreja Nossa Senhora da Paz em pleno carnaval de 1973. Dan Ferreira e Seu Jorge interpretam o personagem e ainda no elenco: Taís Araújo, Milton Gonçalves e Ágatha Moreira. Produzido em 2017, disponível na Globoplay. 


 

Publicidade

Veja também