Neste mês de outubro, a Biblioteca da FCT Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista) celebra os 50 anos do seu prédio, consolidando-se como um importante pilar para a vida acadêmica e cultural da instituição. Ao longo desses anos, o espaço se tornou referência não apenas para alunos e professores, mas também para a comunidade externa, cumprindo sua missão de integrar ensino, pesquisa, extensão, cultura e memória.
Para os alunos, a biblioteca sempre foi sinônimo de aprendizado e acolhimento. “É o melhor espaço acadêmico para estudo e para interações sociais, além de ser um ponto de cultura. Mesmo sem participar ativamente, é possível perceber as diversas atividades, eventos e iniciativas culturais que acontecem no espaço da biblioteca. Sempre que não estou em aula ou cumprindo outras tarefas no campus, utilizo a biblioteca como um ponto de encontro com colegas. Além de estudar, aproveitamos o espaço para conversar e, às vezes, jogar, transformando-a em um local de convivência”, conta o estudante do 3º ano do curso de Química, André Higuchi.
Mais do que disponibilizar seu acervo à comunidade, a Biblioteca “Prof. Dióres Santos Abreu” atua como ponte entre gerações de estudantes e pesquisadores. Seu papel na formação acadêmica vai além do apoio às disciplinas de graduação e pós-graduação, o espaço oferece acesso a bases de dados, periódicos e coleções que sustentam a produção científica da instituição. Na extensão, a biblioteca acolhe atividades culturais abertas ao público, promove cursos de capacitação e fomenta o contato entre a universidade e a sociedade, democratizando o acesso ao conhecimento.
A dimensão cultural da biblioteca se manifesta em exposições, rodas de leitura, saraus e projetos criativos que aproximam a comunidade universitária da arte e da literatura.
Ao completar 50 anos, o espaço se reafirma também como guardião da memória da FCT, reunindo documentos, registros e trajetórias que contam a história da instituição. Essa valorização do passado dialoga com a construção do futuro, por meio da reflexão sobre os novos papéis das bibliotecas universitárias diante das transformações tecnológicas e sociais.
“A biblioteca é um dos lugares mais importantes da universidade. Como docente, eu uso o acervo da biblioteca para preparar meus cursos. E sempre que possível, eu escolho os meus livros de referência com base naqueles que estão mais atualizados e disponíveis no acervo. Assim, os alunos vão poder ter acesso fácil a livros físicos que podem ajudá-los ao longo do curso. E como pesquisador, frequentar a biblioteca é uma coisa que faz parte do meu processo. Eu gosto de trabalhar na biblioteca, gosto de percorrer o corredor dos livros que são da minha área, de áreas correlatas. Muitas vezes o processo de folhear os livros nas estantes me ajudou a destravar problemas de pesquisa, superar alguma dificuldade ou até ter uma ideia nova”, revela o Prof. Dr. Murilo Rodolfo Cândido, o docente que mais realizou empréstimos no acervo em 2025.
Além do acervo tradicional, a Biblioteca da FCT tem se destacado por iniciativas inovadoras, como o empréstimo de instrumentos musicais e de jogos de tabuleiro. O espaço também conta com estúdios de gravação, que transformam a biblioteca em um verdadeiro centro de cultura acadêmica, colaboração e bem-estar.
Um dos exemplos mencionados foi o projeto Desmistificando a Matemática. “Nós utilizamos os estúdios da biblioteca para a produção dos episódios do videocast. Sempre ambientamos as gravações com livros do acervo relacionados à área dos entrevistados e, muitas vezes, incluímos dissertações e teses disponíveis para consulta. A própria edição e captação dos vídeos é feita por estagiários e funcionários da biblioteca, o que reforça ainda mais esse caráter colaborativo”, explicou Murilo.
Ao refletir sobre o papel da biblioteca, ele resumiu: “Se tivesse que escolher apenas uma palavra para defini-la, eu diria ‘essência’. A essência da universidade se manifesta nas múltiplas atividades que acontecem ali, seja na formação, na pesquisa ou no apoio à permanência estudantil”, afirma o docente.
Murilo também ressaltou a importância do espaço para a vida acadêmica, onde o local oferece um ambiente controlado, silencioso e agradável, algo que muitos alunos não têm em casa. Para aqueles que enfrentam longos deslocamentos, é um ponto de apoio essencial, permitindo que aproveitem melhor o tempo no campus.
Já para o professor sênior Dr. Milton Shimabukuro, que também integra o ranking dos dez docentes usuários que mais utilizam o acervo, o papel da biblioteca é fundamental tanto para o trabalho docente quanto para a formação dos alunos.
“Para os professores, o acervo físico ainda é importante para a fundamentação das disciplinas, enquanto os recursos digitais e periódicos on-line aceleram e facilitam a pesquisa, exigindo também a habilidade de selecionar o que é mais relevante. Para os estudantes, a biblioteca serve como referência teórica e espaço de estudo, fortalecendo o vínculo com o ambiente acadêmico. Além disso, a instituição se configura como um ponto cultural no campus, oferecendo eventos e acesso a materiais históricos, como jornais antigos, que contribuem para a preservação da memória e para o enriquecimento da experiência universitária”, afirma.
A Biblioteca da FCT também se destaca por abrir suas portas à comunidade externa, tornando-se um espaço democrático de acesso ao conhecimento. Para estudantes de escolas da região, candidatos a vestibulares e moradores interessados em cultura e aprendizado, representa um ambiente de acolhimento e oportunidade. Muitos encontram recursos e condições de estudo que não teriam em casa, além de vivenciar de perto a atmosfera universitária, o que desperta sonhos, inspira trajetórias e reforça o papel social da universidade como formadora não apenas de profissionais, mas também de cidadãos.
A usuária externa, Estela Oishi, reconhece a importância do lugar. “Conheci a Biblioteca da Unesp quando fui com a escola fazer um tour pelo campus. Mais tarde, descobri que qualquer pessoa podia frequentar, não só os alunos da universidade, meus professores do cursinho que me incentivaram a ir. Desde então, comecei a estudar lá e percebi o quanto o espaço é especial. Eu costumo usar a biblioteca só para estudar, porque em casa acabo me distraindo com várias coisas. Lá, o ambiente é silencioso, organizado e, por estar cercada de outros estudantes e dentro de uma universidade, sinto uma motivação maior para me concentrar”, conta.
SAIBA MAIS
A comemoração dos 50 anos do prédio contará com uma programação diversa de atividades, que variam de exposições à palestras e oficinas. Fique atento às redes sociais da FCT Unesp para não perder nada.
AI FCT Unesp Presidente Prudente

Além do acervo tradicional, unidade tem se destacado por iniciativas inovadoras, como o empréstimo de instrumentos musicais

Espaço se tornou referência não apenas para alunos e professores, mas também para a comunidade externa