Entraves do mercado voluntário de carbono

O mercado de carbono não é um assunto tão recente quanto parece. Afinal, já se vão mais de 20 anos do Acordo de Marrakesh, firmado na COP7, realizada em 2001, no Marrocos, quando a ONU (Organização das Nações Unidas) estabeleceu os Mecanismos de Flexibilização. Para o Brasil, isso significou o início da geração de créditos dentro do MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo). Muita coisa aconteceu de lá para cá. O próprio MDL perdeu força e foi substituído pelo Artigo 6.4 do Acordo de Paris, ainda não implementado, mas com grande potencial, em especial em termos de valor de venda por crédito. 
Além do mercado regulado pela ONU, vivenciamos o estabelecimento de diversos mercados regulados nacionalmente ou subnacionalmente, como os mercados na União Europeia, China, Estados Unidos, entre outros. No Brasil, há uma proposta de lei da criação de um mercado regulado nacionalmente, que será votado e aprovado nos próximos meses e será algo que o governo levará para a próxima Conferência das Partes como uma sinalização de avanço na agenda climática. 
Tanto as emissões quanto as aposentadorias de créditos de carbono caíram ligeiramente no mundo, em comparação com 2021, embora permaneçam significativamente acima dos níveis dos anos anteriores. Dentro desse contexto, a demanda voluntária das empresas continua sendo o principal impulsionador da atividade. Um dos temas mais criticados por quem está trabalhando no mercado voluntário de carbono é o quanto o processo ficou lento. Isso ocorre tanto nas etapas iniciais de desenvolvimento do projeto, quanto nos momentos de validação da documentação, que autorizam a geração dos créditos. Somado a isso, o registro e custódia dos projetos ficaram concentrados demasiadamente em um player, a Verra, fundada em 2007, em Washington, nos Estados Unidos. 
Com o crescimento do volume de pedidos, os créditos levam bastante tempo para serem emitidos. No entanto, já temos sinais positivos para avanços. Tais mudanças reforçam o papel estratégico do país no mercado de carbono, porém não está claro se os desafios atuais serão contornados com ações efetivas.

Fonte:
1)    https://exame.com/esg/caminhos-para-resolver-os-entraves-do-mercado-voluntario-de-carbono/

 

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