Estresse na palma da nossa mão

OPINIÃO - Osmar Marchioto Jr.

Data 25/02/2024
Horário 04:30

Atualmente, ao acordar a primeira ação que realizamos é olhar o celular, antes mesmo de ir ao banheiro. Afinal, será que perdi algo durante a noite? O que está sendo debatido nos meus grupos de WhatsApp? E como estão minhas redes sociais? Qual a última novidade passageira do momento? 
Quando eu chego em casa cansado, vou dar uma última olhadinha no celular, quando dou conta, já se passaram quase duas horas e o livro que eu havia pensado em ler ou mesmo aquele telefonema para o amigo distante, ficaram em segundo plano. Definitivamente nós não sabemos lidar com essa avalanche de informações com que somos bombardeados diariamente. Nosso cérebro não foi programado para processar milhares de dados quase que instantaneamente, o que acabou gerando uma nova modalidade de estresse, o chamado tecnoestresse. Este é o nome dado à nossa inabilidade em lidar com as novas tecnologias de forma saudável e foi apresentado pela primeira vez em 1984 no livro “Tecnoestresse: o custo da revolução dos computadores”, do psiquiatra Craing Bord. 
A tecnologia mudou o nosso comportamento, como nos comunicamos, interagimos, locomovemos e até mesmo como nos alimentamos. É a chamada Revolução 4.0. O brasileiro em média permanece quase 10h por dia conectado à internet. Claro que muitos dos trabalhos atuais dependem da conectividade, mas em média, não passamos todo esse tempo só em serviços profissionais; nós passamos interagindo em rede sociais, jogando, lendo notícias, respondendo mensagens e toda essa exposição tem o seu preço - e estamos pagando um preço bem alto. O tecnoestresse desperta em nós uma sensação de sobrecarga, invasão, complexidade, incerteza e insegurança, causando uma mudança do estado emocional, gerando ansiedade e uma percepção de que não estamos mais no controle de nossas vidas.
As nossas crianças nasceram nesse meio conectado e são denominadas nativos digitais, não sabem viver em um mundo offline, e as pesquisas mostram que ao aumento da ansiedade, depressão, sedentarismo, obesidade e até suicídio dos nossos jovens estão diretamente relacionados com o tempo de exposição de tela, seja de celulares, tablets ou computadores. Precisamos educar e proteger as nossas crianças para viverem de forma segura e saudável no ambiente digital. Impossível vivermos sem estarmos conectados, logo é preciso em pensarmos em formas de como podemos viver melhor e talvez criarmos barreiras para convivermos de forma harmônica e saudável no mundo digital.
 

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