GarimpaRisos tem projeto contemplado pela Funarte

Primeiro episódio de “Depósito” - “Há uma cachoeira dentro de mim” - inspira questionamentos, reflexões e vivências em distanciamento social

VARIEDADES - OSLAINE SILVA

Data 17/01/2021
Horário 09:00
Foto: Divulgação
Um homem preso dentro de si elege como seu maior aliado os devaneios que ali o cercam
Um homem preso dentro de si elege como seu maior aliado os devaneios que ali o cercam

Questionamentos, reflexões e vivências em distanciamento social. A Cia de Teatro GarimpaRisos, de Presidente Prudente, teve o primeiro episódio, “Há uma cachoeira dentro de mim”,  do projeto “Depósito”, contemplado no edital da Funarte (Fundação Nacional de Artes) - Prêmio RespirArte. De acordo com o diretor do trabalho, Hannaell Mendes, que também assina a dramaturgia, interpretação, cenografia, figurino, adereços, vídeo e edição, a premiação de nível nacional, com mais de 8 mil inscritos, traz visibilidade e também ânimo para seguir produzindo.
“É uma grande oportunidade que fortalece o entendimento de que nosso trabalho tem qualidade e relevância, precisa e merece ser visto pelo público. Que é apenas o que desejamos: produzir com qualidade e que nosso trabalho alcance o público máximo e promova as reflexões diversas”, expõe Hannaell.
Sobre o valor do tema inserido no universo da arte e como isso pode contribuir para a compreensão da realidade atual, o artista prudentino destaca que “a importância da arte é nos manter vivos, informados e atentos”. “E acredito que, nesses tempos de isolamento, a mais clara contribuição é nos manter sóbrios em meio ao caos. Em suas diversas modalidades, a arte certamente foi a salvação de muitos nesses tempos. Quem não ouviu uma música, assistiu um filme, uma série, um vídeo na internet, leu um livro...”, cita o dramaturgo.
Ele salienta que o projeto como um todo é um convite à reflexão de quem somos, onde estamos, como percebemos os pulsos de vida ao nosso entorno. Independentemente deste atual cenário de distanciamento social imposto pelas circunstâncias da pandemia, quantas vezes já não nos isolamos de nós mesmos ou de nossos ideais? “Talvez essa circunstância apenas potencializou o que muitos de nós já experimentamos inconscientemente. Este homem, isolado num ‘deposito’, assemelha-se a nós em uma metáfora. Há grades, paredes e muralhas invisíveis que nos enclausuram muito mais que as de ferro e concreto. A arte está presente em todas as situações existenciais, é livre e se manifesta nos mais diversos territórios e condições”, enfatiza Hannaell.

Primeiro episódio

Um homem preso dentro de si elege como seu maior aliado os devaneios que ali o cercam, perturbado com as palavras, tentando sobreviver apenas como uma mobília, jogado em um depósito. Nada é tão bruto e doloroso quanto ter apenas sua própria voz e sentidos para reclamar e apreciar. O silêncio grita, em forma de poesia, todas as coisas que ainda não foram ditas, sem medo e sem vergonha.
“Depósito” é o projeto que visa questionar as decisões humanas nos dias atuais. A narrativa mostra como podemos nos prender em nossos pensamentos, utopias e até mesmo na voz que é calada. Aborda as aflições que são frutos de uma mente adoecida, deixando de lado tudo aquilo que dá vida, confundindo o real com objetos inanimados. Nesse projeto, o homem não pertence a nenhum tempo, sendo visto apenas como um ser fragmentado, tendo como sua única esperança a vontade de ser poeta e assim conseguir juntar as palavras que voam em seu torno, para assim, se sentir inteiro.

FICHA TÉCNICA
Roteiro, dramaturgia, direção, interpretação, cenografia, figurino, adereços, vídeo e edição: Hannaell Mendes
Supervisão e coordenação artística: Mariana Ribelato e Leticia Vieira

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Cia. GarimpaRisos/Espaço GarimpArte
GarimpArte Produções Artísticas
Produção – Hannaell Mendes

 

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