Leia isso se quiser ser candidato nas próximas eleições

Roberto Mancuzo

CRÔNICA - Roberto Mancuzo

Data 06/02/2024
Horário 06:00

Este ano tem eleição municipal e, claro, seremos alvos das propagandas eleitorais de candidatos a prefeito e a vereador.  
E apesar dos nomes ainda nem terem sido definidos, já comecei a me arrepiar com algumas movimentações eleitorais e, pior que isso, com a mesma “pegada” de sempre, tentando nos fazer de trouxa. 
Então, neste texto, e antes mesmo que tudo comece oficialmente, quero fortalecer aqui um alerta para que os candidatos não tirem nossa paciência com algumas atitudes das quais nós, eleitores, não precisamos e nem aguentamos mais:

1 – Disseminar fake news ou “lacrar” nas redes sociais para aparecer
Quem cria ou repassa fake news merece ser punido exemplarmente, além de garantir vaga no inferno do mundo eleitoral. Se alguém acha que ganhar uma eleição trabalhando com desinformação é válido, não merece sequer nossa atenção e haverá muita gente vigiando. Além de ser crime, vai totalmente contra qualquer princípio moral que deva acompanhar alguém que irá exercer um cargo público. 
Da mesma forma, já identifiquei um ou dois casos de futuros candidatos muito mal-intencionados querendo se aproveitar de situações para aparecer nas redes sociais. Veja bem, a lacração faz barulho sim, mas é fundamental compreender que se este posicionamento não for autêntico, com coragem de colocar a cara a bater e ancorado na realidade e verdade dos fatos, vai ser um tiro no pé porque o cancelamento é sempre iminente e isso vale especialmente para quem é mau-caráter. Em vez de perder tempo criando factoides para aparecer, acho bom pensar em um conjunto real de propostas que atendam de fato o que o cidadão precisa. E isso puxa, o item a seguir. 

2 – Discursos vazios
Candidatos, e especialmente equipes que vão coordenar campanhas, prestem bem atenção porque o mundo mudou bastante: primeiro, é importante compreender que desde 1995, e mais fortemente após a virada do século, os eleitores possuem uma arma fortíssima no combate às falácias dos candidatos: a internet e seu poder de nos dar e checar informações. Tudo que vocês falarem será e deverá ser checado. Tudo que inventarem, será desmascarado rapidamente. 
Seja especialmente concreto em suas falas para garantir nossa atenção. De maneira geral nós não damos conta de prestar atenção direito nem nos vídeos de Tik Tok, quanto mais em conversas moles e arrastadas do tipo: “Vamos promover o desenvolvimento da cidade” ou “Vou lutar por educação, saúde e emprego” ou “Mais hospitais, indústrias e empregos para vocês”. Está mais do que na hora de parar de vomitar promessas vazias em nossas cabeças. Se desejam realmente fazer isso, terá meu voto aquele que provar por A + B como é que trará mais indústria para cá ou de que forma exata, seguindo a legislação municipal, promoverá condições de educação, saúde ou emprego. Reforço: A + B ou nada feito.

3 – Ignorar o mundo digital 
O universo digital e suas potencialidades de melhoria de vida da população devem estar no radar dos candidatos. Querer vencer uma eleição sem trabalhar em tudo que o ciberespaço traz para a vida cotidiana é desmerecer o mundo em que nós já vivemos. Isto implica que, ao mesmo tempo em que a vida física nos hospitais, na segurança pública, nas escolas é de responsabilidade de prefeitos e vereadores, deve-se ter como parte de sua plataforma eleitoral o uso do mundo digital para capacitar cidadãos, gerar empregos e fazer a vida cotidiana ser mais prática e confortável. Ou vocês, candidatos a prefeitos e a vereadores, vão ignorar uma massa enorme de jovens que hoje está completamente imersa nas redes e mídias digitais?
Enfim, essa lista pode ser ainda maior, mas o recado direto é que se você é candidato a prefeito ou a vereador compreenda de vez que já passou o tempo em que se fazia campanha eleitoral às custas da ignorância popular. Como diz o ditado popular, nós eleitores podemos ser bobos para uns e outros, mas não somos mais tontos.
 

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