Óleo de Lorenzo

OPINIÃO - Walter Roque Gonçalves

Data 27/03/2021
Horário 04:45

Em 1978, nos EUA, Augusto e Michaela Odone descobriram que o seu filho Lorenzo Odone - de apenas 6 anos - estava com uma rara doença conhecida como adrenoleucodistrofia (ALD). Esta enfermidade degenera silenciosamente e lentamente o cérebro da criança até levá-la a morte. Os médicos à época deram no máximo dois anos de vida para a criança, mas com o Óleo de Lorenzo criado pelo seu pai, teve 20 anos de sobrevida. A história inspirou o filme “Óleo de Lorenzo” de 1992 que mostra como o óleo, ainda sem comprovação científica, salvou milhares de vidas. Será que o controverso tratamento precoce da Covid-19 é um novo óleo de Lorenzo?
Quando o composto surgiu pelas mãos dos pais de Lorenzo, a polêmica foi gigantesca. Havia evidências da sua eficácia nas pesquisas e nos experimentos empíricos de Augusto e Michaela Odone, contudo, não eram reconhecidos pela comunidade científica e foram duramente criticados. Famílias desesperadas, inconformadas e sem condições nenhuma de aguardar os tais dispendiosos e demorados estudos, se renderam ao novo tratamento! Os relatos de quem usou o Óleo de Lorenzo para inibir a doença são os melhores. Com o passar do tempo os estudos científicos foram concluídos e a eficácia do óleo de Lorenzo foi comprovada. 
Segundo a Dra. neuropediatra Mara Lucia Schmitz, o óleo de Lorenzo não é a cura definitiva, mas pode ajudar a salvar muitas vidas! O composto reduz drasticamente o progresso da enfermidade, permitindo que o paciente tenha sobrevida e responda melhor ao transplante de células tronco. Os médicos que defendem o tratamento precoce para a Covid-19 também não prometem a cura, mas deixam claro que o chamado Kit Covid pode salvar muitas vidas através da redução da carga viral e da minimização das complicações futuras. Estes profissionais se fundamentam nos estudos já divulgados dos medicamentos do kit e na larga experiência que carregam no exercício da medicina.
Por fim, o Dr. Francisco Cardoso, defensor do tratamento precoce, em entrevista à Jovem Pan, diz que não há com que se preocupar, desde que os medicamentos sejam prescritos por um médico qualificado, pois não se trata de um kit padrão e nem um incentivo a automedicação! Portanto, enquanto os estudos não ficam prontos, o que deve fazer o cidadão que se depara com um ente querido contaminado? Deve esperar até que a doença se agrave e ar lhe falte? Será que estamos de fato diante do “kit ilusão” ou o coquetel é o novo óleo de Lorenzo para tratar a Covid 19?
 

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