“Live” aborda os impactos das queimadas

Representantes dos principais órgãos responsáveis pela Operação Corta-fogo participaram do bate-papo

REGIÃO - ROBERTO KAWASAKI

Data 24/06/2020
Horário 05:55
Reprodução: Bate-papo entre representantes ocorreu de maneira online
Reprodução: Bate-papo entre representantes ocorreu de maneira online

Chegou o período do ano em que a prática de queimadas é bastante frequente, levando em conta o período de estiagem. É nessa época em que as ações de combate são reforçadas para que os danos ambientais não cresçam. Ontem, representantes dos principais órgãos responsáveis pela Operação Corta-fogo, participaram de um bate-papo em uma live, onde abordaram o tema: “os impactos das queimadas na qualidade do meio ambiente”. 

Durante a transmissão, o coronel-PM Paulo Motooka, comandante do Policiamento Ambiental do Estado de São Paulo, reforçou sobre os prejuízos que as queimadas causam ao meio ambiente e saúde da comunidade, com ênfase no período de pandemia da Covid-19, em que os problemas respiratórios merecem atenção. “Além dessa questão, a queimada vai impactar na produção de nuvem, no ciclo das águas, morte de animais silvestres, matas nativas, flora, fauna e no ar”, lembra.

Segundo Motooka, tais ações demandarão esforço maior da sociedade civil, órgãos públicos e do meio ambiente para coibir a prática das queimadas. “É com esse esforço, presença, mensagem educativa de conscientização e sensibilização que nós vamos poder fazer a diferença”, salienta. Conforme o major-PM Alessandro Daleck Moreira, coordenador operacional do 2º Batalhão de Policiamento Ambiental, os números de queimadas diminuíram na área regional, que abrange Presidente Prudente, inclusive, a qualidade do ar nos últimos cinco anos, segundo ele.

No entanto, ainda são frequentes, e a preocupação com a vegetação merece atenção. Para Sérgio Marçon, coordenador de Fiscalização e Biodiversidade da Sima (Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente), pode ser que o assunto “seja a próxima fronteira a ser cruzada” em termos de regulamentação e ganho ambiental. “[A ideia é] abarcar todas as ocorrências de incêndio e monitorar, de alguma forma, a melhoria na qualidade ambiental daquela vegetação que foi atingida”, expõe. “Creio que para a próxima temporada a gente tenha novidades para monitoramento desses fragmentos impactados pelo fogo, para garantir a sua recuperação, sucessão, minimizando esses impactos”.

FOGO UTILIZADO NA COLHEITA

Durante o bate-papo, a presidente da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), Patrícia Iglecias, falou sobre a prática de queimadas durante a colheita feita pelas indústrias sucroalcooleiras. “Hoje, praticamente acabou”, afirma. Segundo Patrícia, houve uma queda acentuada a partir de 2010, com a criação do Protocolo Etanol Verde.

“Na região do 2º Batalhão da Polícia Ambiental, [no começo], apenas 29% da cana cultivada foi colhida sem uso do fogo, já em 2014 foi mais 85% da safra, uma diferença muito grande que reflete na qualidade de vida das pessoas e do ar”, comemora. “O próprio setor tem buscado melhorias, trazendo inovação e tecnologia”, expõe Patrícia, frisando o foco da Cetesb na realização de pesquisas.

 

 

 

 

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