“Louca Obsessão” (Misery) deu o Oscar de Melhor Atriz a Kathy Bates em 1990, e também teve uma grande atuação do ator James Caan que faleceu esta semana aos 82 anos. Na história, ele faz o escritor Paul Sheldon, que sofre um acidente de carro e é socorrido pela enfermeira Annie (Bates) que revela ser sua fã número 1. Ela o leva até uma casa isolada onde cuida com desvelo de sua saúde, e acaba tendo acesso aos originais do próximo livro do escritor e descobre que sua personagem preferida será morta. Este episódio é o estopim para que a personalidade psicopata da enfermeira se revele, deixando o escritor à mercê de suas loucuras. Um thriller psicológico de muito suspense, que vai crescendo com a perversidade da enfermeira e a agonia da vítima. Baseado no livro de mesmo nome do escritor Stephen King dirigido por Rob Reiner.
“Idosos e religiosidade”
O exercício da religiosidade e a experiência da fé fazem parte das atitudes humanas e muitas vezes são elementos agregadores para as terapêuticas em saúde. Pode-se ter, inclusive, a falsa impressão de que a religiosidade dos idosos é maior que a dos jovens, e tal fato pode ter algumas explicações. A geração de idosos atuais vem de épocas em que o exercício da religiosidade, a obrigatoriedade da fé e a presença da crença se desenvolviam na mais tenra infância, portanto, estes idosos não se tornaram mais religiosos com o tempo, apenas envelheceram com estes princípios que sempre receberam. Outro ponto a ser levantado é que enquanto jovens, estamos exercendo a fase do poder, da liberdade, da beleza, da plenitude das funções. Ao se deparar com os primeiros sinais do envelhecimento, o declínio de energia, o entendimento de que tal poder é ilusório e transitório, podem fazer aflorar novamente a necessidade de preenchimento deste sentido da vida. Um apego maior à fé e à crença em Deus fica mais necessário nesses momentos das falhas, das perdas e dos receios de não-plenitude. Aquele jovem pleno e poderoso não desacreditava em Deus, mas o exercício da religiosidade e da fé ficava mais diluído em meio ao aproveitamento da vida e, agora idoso, busca uma compensação muitas vezes inconsciente e uma ressignificância de valores. Outro ponto de aproximação da religiosidade com o idoso é a óbvia maior proximidade da morte, e a aceitação lenta e gradual da finitude da vida, e a esperança de um recomeço baseado nos dogmas religiosos. É nesta hora que a religiosidade pode surgir como um alento maior, um amparo a estes tempos menos brilhantes. Por outro lado, alguns estudos de diversos países mostram que embora muitos idosos tenham mantido esse exercício da fé, a frequência propriamente dita de idosos nas igrejas, na verdade reduz proporcionalmente com o tempo. Muitas pessoas vão abandonando suas igrejas ao longo do caminho da vida, sem necessariamente retornarem ou se reencontrarem em outra. Simplesmente por decisões baseadas em suas próprias vivências, decepções individuais, dificuldades de prosseguirem indo aos templos por questões físicas e até mesmo por perda de importância dentro das próprias comunidades religiosas, que sempre focam em renovação e inclusão de jovens. A se refletir.
Dica da Semana
Documentário - Streaming
“Pacto Brutal – 30 do assassinato de Daniella Perez”:
Estreia dia 21 de julho no canal HBO Max um documentário em cinco episódios dirigidos por Tatiana Issa sobre o crime que abalou o país há três décadas: em 28 de dezembro de 1992, a jovem atriz de 22 anos Daniella Perez foi assassinada a golpes de punhal em um terreno baldio na Barra da Tijuca por um ator que fazia par romântico com ela na novela das 21h da época, “De Corpo e Alma”, de autoria de Glória Perez, mãe da vítima. Um crime brutal, chocante, premeditado, cruel, e com a parceria da esposa do ator, então grávida de quatro meses. Um horror inesquecível. O documentário visa mostrar a verdade sobre o crime, muitas vezes deturpada pelo próprio assassino em diversas entrevistas mirabolantes.
