O mês de março é conhecido por ser um aliado à conscientização sobre a prevenção e os cuidados com a endometriose, doença que acomete mulheres especialmente em fase de reprodução, por meio da campanha “Março Amarelo”. Para a ginecologista e obstetra especialista em endometriose e cirurgia minimamente invasiva pelo Hospital Sírio Libanês, Letícia Bellusci, a importância desse mês de cuidados com a saúde da mulher está em mostrar que sentir dor, especialmente a pélvica, não é normal e pode ser sinal de que é preciso buscar a ajuda profissional.
A médica afirma que entre os principais sintomas da endometriose estão essa dor pélvica intensa, além de cólicas menstruais, dores durante as relações sexuais e dificuldades para engravidar, já que a infertilidade é um dos problemas associados à doença. “Em alguns casos, a menstruação pode ser com fluxo intenso”, o que exige cuidados e autoanálise por parte das mulheres.
De maneira geral, o “padrão ouro” para o diagnóstico é a ultrassom transvaginal com preparo intestinal, mas também é possível realizar diagnósticos por meio de videolaparoscopia e a ressonância magnética de pelve. “Uma medida que podemos aplicar como prevenção seria a prevenção da piora do quadro. Para isso, adquirir bons hábitos de vida, como se alimentar bem e se exercitar, são fundamentais para a não progressão do quadro clínico”.
Por falar em alimentação, Letícia aponta que é fundamental que a mulher não consuma tantos produtos considerados como inflamatórios, como aqueles industrializados, excesso de farinha branca, doces e refrigerantes, e, por outro lado, recomenda a ingestão de ômega como um dos tratamentos e alimentos saudáveis. “Lembrando que cada mulher precisa ser avaliada de forma individual. Algumas das mulheres que possuem dificuldades em engravidar, por exemplo, somente com a mudança do hábito alimentar já conseguem reverter o quadro”.
De qualquer forma, a procura por um especialista faz toda a diferença e pode melhorar e muito na qualidade de vida da mulher. Segundo a médica, o tratamento multidisciplinar também é recomendado para essa otimização do tratamento, com a ajuda, por exemplo, de nutricionista, educador físico, fisioterapeuta e sessões de acupuntura. “Sentir dor não é normal, por isso, não hesite em buscar ajuda”.
Para mais dicas sobre endometriose e saúde da mulher: @leticia_bellusci_go
- A doença afeta cerca de 10% da população feminina brasileira, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, sendo mais frequente entre mulheres de 25 a 35 anos de idade;
- Somente em 2019, 11.790 brasileiras precisaram de internação por causa da doença. Consultado pela Agência Brasil, o Ministério da Saúde informou que o número de casos da doença registrados no ano de 2020 ainda está sendo apurado – preliminarmente, foram ao menos 6.531 internações devido a problemas relacionados à endometriose.
Fonte: Agência Brasil
Foto: Cedida
Letícia é ginecologista e obstetra especialista em endometriose