Em 1980, a Rede Globo resolveu mudar a imagem das novelas das 6, que até então eram sempre adaptações literárias de época e levou ao ar a ensolarada “Marina”, adaptada da obra “Marina, Marina”, de Carlos Heitor Cony por Wilson Aguiar Filho. Na trama, Estevão (Carlos Zara), um escritor famoso, criou a filha Marina (Denise Dummont) em uma ilha, longe da vida urbana e dos comentários maldosos sobre a morte de sua esposa. Criada em liberdade e em contato com a natureza, Marina, agora, uma moça, precisa voltar para o Rio de Janeiro para completar os estudos. Com saudades da vida que levava, Marina tem que se adaptar com os novos modos da juventude de Ipanema e na casa dos padrinhos. Na escola, o jovem Marcelo (Lauro Corona) vai se encantar pelos modos simples da garota. Um elenco primoroso para a época com Norma Blum, Edson Celulari, Oswaldo Loureiro, Glauce Graieb, Beatriz Lyra, Milton Moraes e Suely Franco dentre vários outros. Houve uma outra novela na TV Paulista em 1965 chamada “Marina”, com Maximira Figueiredo, que não tem qualquer relação com esta produção.
Coluna do Idoso
Sensação de não pertencer
A sensação de não pertencimento é uma experiência dolorosa em qualquer fase de vida, e representa um sentimento de exclusão, desconexão e inadequação levando a isolamento, solidão ou apatia diante de pessoas ou grupos. Nem sempre a gente vai se encaixar em tudo e com todos, mas pior que não pertencer, é a sensação de despertencer que pode ocorrer em alguns idosos ao longo do envelhecimento. É como se ocorresse um lento e progressivo apagamento das influências, importância e atitudes, que o idoso vai tendo dentro de seus próprios grupos, amigos e família. Este deixar de pertencer não significa necessariamente menosprezo ou semiabandono, mas uma crescente desconexão do idoso com os assuntos conversas e temas que fazem parte do cotidiano dos demais. Há também mudança de valores, fazendo que com o tempo, a pessoa deixe de se identificar com pessoas ou grupos de antes, simplesmente por mudanças de valores. Ambientes opressores também são determinantes desta sensação de não pertencer, como grupos familiares rígidos, cheios de regras e comandos, que robotizam o idoso às normas do jovem cuidador. Nem todo mundo gosta de festa. Tem muita gente que curte a solitude, ou o prazer de desfrutar de sua própria companhia, no entanto, é ruim, quando há um eterno incômodo quando há necessidade de qualquer vínculo social. Além destes, experiências de rejeição, diferenças culturais e falta de rede de apoio emocional podem agravar a sensação de não pertencer. Para fugir desta cilada, é importante valorizar-se, reconhecendo seu próprio valor e deixar se preocupar em atender as expectativas alheias. Tentar envolver-se com novas atividades podem colocar em nossas vidas, pessoas diferentes que demonstrem interesses comuns. Conectar-se ao outro é etapa importante da vida, mas não pode funcionar como obrigação ou desespero em ser aceito. Nem todo local em que cabemos, necessariamente pertencemos.
Dica da Semana
Livros
“Alzheimer: o Dia de 36 horas”
Subtítulo: “Cuidando de quem Tem e de Quem Cuida”. Editora: Cienbook. Autores: Nancy L. Mace, Dr. Peter V. Rabins. Um verdadeiro guia para quem tem doença de Alzheimer e outras doenças degenerativas que afetam a memória. Serve como recurso para cuidadores e familiares, e até mesmo profissionais de saúde, de superarem os problemas cotidianos enfrentados pelos pacientes.