O Programa Casa Paulista entregou 38 casas em Mariápolis e sorteou outras 203 moradias em Pirapozinho, na região de Presidente Prudente, nesta quarta-feira. As 241 unidades foram viabilizadas pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), com investimento total de R$ 46,3 milhões. Os eventos contaram com a presença do vice-governador Felicio Ramuth (PSD), do secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Marcelo Branco, e do diretor de Engenharia e Obras da CDHU, Silvio Vasconcellos.
Em Mariápolis, famílias que viviam em áreas de risco realizaram o sonho da casa própria e receberam as chaves das unidades do Conjunto Habitacional Jardins Recanto dos Pássaros, localizado na Rua Vereador Antônio Pezolito, s/nº, no Centro. As novas moradias têm dois dormitórios, sala, cozinha, banheiro, lavanderia e 49 m² de área construída. A CDHU investiu R$ 7,8 milhões no empreendimento.
Todas as famílias contempladas têm renda mensal de até três salários mínimos. Vitória Aparecida, de 22 anos, foi uma das beneficiadas. Ela precisou se mudar para uma edícula na casa do pai depois que o aluguel que pagava em outro imóvel começou a consumir o orçamento. Agora, com a nova moradia, vai arcar com um financiamento de quase metade daquele valor.
“É um sonho realizado. Hoje em dia, é muito difícil conseguir uma casa. Faz muito tempo que estamos esperando por isso”, contou Vitória. “Nossa vida vai mudar muito, porque o valor das parcelas vai ser bem menor que o do aluguel. Além de ter uma casa, as despesas vão diminuir muito”.
Cristiane Ferreira, de 39 anos, que vivia de aluguel e morava em uma edícula na casa da sogra com os quatro filhos, também recebeu a nova moradia no município. “Estou sentindo uma alegria imensa. Nunca tive uma casa e agora eu tenho. Vai ser melhor para todo mundo. Tenho dois filhos pequenos e outros dois adolescentes. Eles vão ter quarto só para eles”, celebrou.
Quem também recebeu as chaves da primeira casa própria foi o casal Geraldo da Silveira, de 48 anos, e Adila Soares, de 62 anos. O agricultor e a dona de casa, que viviam em área de risco, anseiam pela segurança que o novo lar vai proporcionar. “Agora moramos em algo que é nosso. Temos documentos e escritura. Não é como o outro lugar, em que podíamos ser expulsos a qualquer hora. Podemos dormir e acordar sem nos preocuparmos”, afirmou Geraldo.
Os empreendimentos em Mariápolis e Pirapozinho são realizados em parceria com as prefeituras, responsáveis pela doação dos terrenos. O financiamento dos imóveis segue as diretrizes da nova Política Habitacional do Estado de São Paulo, com juro zero para famílias com renda mensal de até cinco salários mínimos.
As prestações são calculadas de acordo com a renda familiar, com duas opções: comprometimento de 20% da renda, com parcelas corrigidas apenas pela inflação (IPCA); ou comprometimento de 30% da renda, com parcelas fixas, sem reajuste durante todo o prazo do financiamento.
“Muita gente trabalha por conta e não tem como comprovar renda. Nós perguntamos: qual é a sua renda? Eles respondem com a autodeclaração e o valor da parcela é calculado em cima disso. É uma relação de confiança. Eles pagam a sua prestação e, com esse dinheiro, a gente faz mais e mais casas”, explicou Silvio Vasconcelos.
Novas obras habitacionais do governo do Estado também devem começar no município a partir da próxima semana, de acordo com Felicio Ramuth. “Teremos mais 20 unidades aqui em Mariápolis para atender a todos que estão em situação de insegurança”, anunciou.
Em Pirapozinho, 203 casas foram sorteadas entre 3.304 famílias inscritas. As moradias, que estão sendo construídas pela CDHU na alça de acesso da Rodovia Assis Chateaubriand (SP-425), têm dois dormitórios, sala, cozinha, banheiro, lavanderia e 49 m² de área privativa. O investimento é de R$ 38,6 milhões.
As casas foram distribuídas de acordo com critérios predeterminados. Do total, 15 foram destinadas a famílias com pessoas com deficiência, 11 para idosos, sete para indivíduos que moram sozinhos e uma para policiais e agentes de segurança. Oito moradias foram reservadas para famílias de áreas de risco. Para a demanda geral, foram disponibilizadas 103 habitações para famílias com renda entre um e três salários mínimos, 37 para renda entre 3,01 e cinco salários mínimos e 21 para renda entre 5,01 e 10 salários mínimos.
Joyce Cardoso, de 30 anos, foi a primeira inscrita a ser sorteada na categoria de renda entre um e três salários mínimos. “É muita emoção. Eu não esperava que seria a primeira. Vamos para a casa nova apenas eu e meu filho, de um ano. Estou louca para conhecer o novo espaço”, disse Joyce, que até então vivia na casa de um parente.
O sorteio ocorreu no Estádio Municipal Mário da Costa Cruz. “É uma felicidade muito grande estarmos aqui para mais um lançamento da CDHU. Hoje, temos obras em 550 municípios do Estado. Estamos fazendo mais esse sorteio para uma entrega que será feita já no primeiro semestre do ano que vem”, afirmou Marcelo Branco durante a abertura do evento.
Inez de Souza, de 66 anos, terceira sorteada na urna dos idosos, também comemorou. “Estou sentindo uma emoção muito grande, porque nunca tive uma casa na minha vida. Essa é a primeira. Não esperava que seria chamada. Vou para a casa nova com meu neto, de 25 anos. Ele está muito feliz”, contou a aposentada.
Amanda Felipe, de 32 anos, foi contemplada na urna de pessoas com deficiência. Ela e o marido, de 35 anos, são pais de Rafael, de 5 anos, que convive com deficiência auditiva, além de Ana Laura, de 15, e Mariana, de 7 meses. “Estou muito feliz. Agora, a gente não vai mais morar de favor. Vamos ter o nosso cantinho, sem precisar morar na casa de ninguém. É mais autonomia”, disse Amanda.
Natália Gomes, de 32 anos, sorteada entre as famílias de um a três salários mínimos, comemorou tanto a conquista que foi da arquibancada ao palco correndo. “É muita emoção. Hoje, moro de favor na casa da minha mãe. É uma luta, mas agora tenho meu canto. Vou para a casa nova com meus dois filhos, de 15 e 7 anos, minha sobrinha, de 4 anos, meu neto, de 7 meses, e minha irmã. Vai mudar toda a minha vida”, celebrou.
Além das 203 famílias sorteadas, outras 355 foram selecionadas como suplentes, também por sorteio, caso as titulares sejam desclassificadas por não atenderem a todos os requisitos previstos no edital. Esse processo garante que o benefício seja direcionado a quem realmente necessita.