Com forte atuação no mercado jurídico de Presidente Prudente e região, a Bohac Sociedade de Advogados tem se consolidado como uma das bancas mais completas no segmento da advocacia empresarial. À frente do escritório está o advogado e professor universitário Guilherme Prado Bohac de Haro, mestre em Direito Negocial pela UEL (Universidade Estadual de Londrina), doutor em Direito pela Unimar (Universidade de Marília) e reconhecido por sua visão estratégica na defesa dos interesses empresariais. Em entrevista exclusiva a O Imparcial, ele analisa os desafios e as tendências do setor, fala sobre tecnologia, falência, ESG (ambiental, social e governança), reforma tributária e o futuro da advocacia empresarial.
Com sua ampla experiência na advocacia e na academia, qual é o aspecto do Direito Empresarial que mais te atrai?
O Direito Empresarial é cativante, porque ele se mantém relevante em qualquer cenário. O advogado empresarial é demandado tanto na bonança quanto na tempestade. Ele presta assessoria quando as coisas vão bem, ajudando com contratos e expansão, e se torna ainda mais necessário em tempos de crise, como em processos de recuperação judicial ou gestão de passivos. É uma área que nunca para.
Como a digitalização e o avanço da tecnologia impactam o Direito Empresarial?
A advocacia empresarial é o exemplo claro do conceito de “antifragilidade” do Nassim Taleb: ela não apenas resiste ao caos, como se fortalece com ele. A transformação digital exige respostas jurídicas criativas e estratégicas — algo que a inteligência artificial ainda não consegue substituir. Estratégia e criatividade são o coração da advocacia empresarial.
“A nova Lei de Falências
ampliouo espaço para mediação,
arbitragem e combate a fraudes”
Quais os impactos mais significativos da nova Lei de Falências (2021)?
A principal inovação está na ampliação do ambiente de negociação entre devedores e credores. A lei passou a regulamentar a recuperação judicial de grupos econômicos, inclusive transnacionais. Ela também criou espaço para mediação, arbitragem e mecanismos mais eficazes contra fraudes. Hoje temos ferramentas para evitar recuperações judiciais meramente protelatórias e promover soluções reais.
Como o Direito Empresarial tem se adaptado à crescente preocupação com ESG?
O ESG passou a ser uma pauta obrigatória para empresas de todos os portes. Mesmo o pequeno empresário precisa se atentar aos aspectos ambiental, social e de governança. A advocacia empresarial tem papel fundamental na implementação de protocolos e boas práticas. O que antes era chamado de assessoria ambiental, hoje virou compliance, e agora ESG. A estrutura jurídica precisa acompanhar essa evolução.
O que esperar da reforma tributária e seus impactos no ambiente de negócios?
Apesar de ainda depender de regulamentações, a maior preocupação é que ela não traga a segurança jurídica prometida. A intenção é simplificar, mas há risco de aumento de carga tributária e de complexidade. A reforma ampliou o conceito de incidência tributária de forma imensa — hoje praticamente qualquer fenômeno jurídico pode ser tributado. Se não houver clareza, o impacto será negativo, especialmente para pequenas e médias empresas.
Quais os principais desafios jurídicos enfrentados por pequenas e médias empresas?
Além da carga tributária, o excesso de regulação é um dos maiores entraves. Temos normas que vão desde o código de barras de uma bala até o ralo de um banheiro. Essa burocracia excessiva prejudica o pequeno empresário. O regime Simples Nacional deveria ser um alívio, mas se tornou também complexo. Falta flexibilidade trabalhista e jurídica para quem está começando ou crescendo.
“Direito Digital e
Empresarial já formam
uma simbiose”
Olhando para o futuro, quais temas ganharão protagonismo no Direito Empresarial?
O Direito Tributário Empresarial continuará sendo central. Mas o Direito Digital já está entrelaçado com o Empresarial. Inteligência artificial, blockchain, contratos digitais, marketplaces e redes sociais são temas que estão moldando o presente e o futuro da advocacia empresarial. O advogado do futuro precisa entender tanto de negócios quanto de tecnologia.
Guilherme Bohac finaliza a entrevista com um recado direto aos empresários:
“O empresário que compreende a importância do planejamento jurídico estratégico sai na frente. Em um país de alta regulação e mudanças constantes, ter ao lado um advogado que entende o jogo é uma vantagem competitiva real”.