Caro leitor, para refletirmos um pouco sobre o papel do erro no processo da avaliação educacional é preciso entender quando e como surgiu o processo avaliativo, que foi na década de 1960, nos Estados Unidos, Scriven desenvolveu um modelo que consistia em estabelecer a avaliação como mérito global do programa educacional, esta desempenhava muito papéis, mas possuía um único objetivo: determinar o valor e o mérito do que estava sendo avaliado.
Porém, muito já se percorreu no campo da avaliação e de vilã ela passou a heroína no que podemos considerar de um momento passado em que ela condenava sem perdão, onde os alunos eram comparados e depois classificados em virtude de uma norma de excelência de um momento mais atual em que o papel do erro no processo educacional passa a ter uma compreensão e utilização mais construtiva, podendo assim potencializar a aprendizagem.
Portanto, na atualidade o erro se reveste da couraça da oportunidade, dando maior espaço para os educadores trabalharem com uma abordagem que o considera parte integrante da aprendizagem, evidenciando estratégias pedagógicas que promovem uma avaliação formativa e inclusiva. Sendo assim, teremos a avaliação formativa focada na identificação contínua de pontos de melhorias, permitindo ajustes durante o processo de ensino com intervenções e apoio personalizados. Outrossim privilegiando uma abordagem inclusiva que considera as diferentes habilidades e estilos de aprendizagem, evitando comparações e classificações prejudiciais e promovendo a equidade no ambiente escolar.
No entanto, não só de avaliação vive a educação, pois esta enfrenta desafios múltiplos, como a demanda por maior tempo e recursos, necessidade de uma estrutura curricular flexível e nesse ponto a própria avaliação pode oferecer subsídios para a ação-reflexão-ação frente às práticas pedagógicas, metodológicas e curriculares.
A avaliação faz parte do processo de aprendizagem, pois é ela que oportuniza o momento da aprendizagem desconstruindo os mitos que historicamente foram acumulados pela sociedade escolar. Na busca por esse processo, há que se repensar não só a prática da avaliação, mas fundamentalmente os pressupostos epistemológicos que a permeiam.