"O Filho Prodígio"

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 24/05/2022
Horário 08:40

A passagem bíblica do filho pródigo ganhou uma versão hollywoodiana em 1955 em coloridíssimo Eastmancolor, em Cinema Scope dirigida por Richard Thorpe. O filme se passa em 70 a.C. e conta a história de Micah (Edmund Purdom), o filho de Eli (Walter Hampden), que fica obcecado pela sacerdotisa pagã Samarra (Lana Turner) e pega parte da fortuna do pai e vai atrás dela em Damasco. Apesar de apaixonado pela bela mulher, ele se recusa a pagar sacrifícios aos deuses pagãos dela, por ser fiel a Jeová. No entanto, Samarra planeja seduzi-lo pelo capricho de vê-lo abandonar sua fé. Tramas bíblicas faziam sucesso à época como “Sansão e Dalila” (49), “Davi e Betsabá” (51) e “O Manto Sagrado” (53). Esta, no entanto, não fez o sucesso estrondoso das anteriores e o belo galã Edmund Purdom emendou o segundo insucesso após “O Egípcio”. Lana Turner permanecia belíssima aos 34 anos, em um papel antipático e num roteiro pouco empolgante.
    
“Saboreando as perdas”

Todo mundo diz que envelhecer é acumular perdas. Perdemos tanto e sofremos com cada uma das perdas. Ganhamos muito ao longo da jornada, mas parece que nós humanos achamos natural ganhar e nunca estamos preparados para perder. Claro que perder pessoas queridas, perder dinheiro e saúde são situações muito dolorosas, mas tem tantas outras perdas saborosas. Você tem que estar preparado para perder na velhice, mas perder com gosto e com vontade: perder a vergonha de situações embaraçosas (quanto sofrimento desnecessário por bobagens tolas e frívolas), perder a vontade de fazer coisas para agradar os outros (não que seja ruim agradar as pessoas, mas desde que você mesmo esteja incluído no rol delas), perder a paciência com aquilo que te desagrada (não significa sair esbravejando com os outros, mas simplesmente não dar bola: bancar a egípcia, fazer “a pêssega”), perder a obrigação de ter horários rígidos (já se permitiu acordar na hora que quiser e comer na hora que tem vontade?), perder a necessidade de estar na moda ou na crista da onda (não tem nada mais chique que continuar cabendo nas mesmas roupas de sempre), perder a vontade de ter sempre razão (deixe os outros terem razão e tenha paz). Os episódios de esquecimento vão acontecer e um grande remédio para a memória é não ficar se esforçando para relembrar dores, sofrimentos e derrotas. Não cultive as dores. Esquecer é um analgésico da alma. Nem sempre dá para esquecer, mas é possível por de lado, deixar no cantinho e não por a dor na mesinha de centro. Não faça a dor de assunto. Não a ponha na roda das conversas e não se coloque de vítima. Envelhecer bem é não se coitadizar! Não precisamos ser superfortes ou invencíveis, mas não precisamos ficar fazendo propaganda de nossas limitações e dificuldades. Isto espanta ajudas e não nos fortalece. Todos gostariam de ter um envelhecimento robusto e bem sucedido: Bora chacoalhar as fraquezas e espantar os insucessos. É bom ter uma velhice encorujada: alguns momentos retraídos e solitários, outros encurvados, de autoproteção, e alguns outros de corujice sábia: de orgulho de si próprio e de sabedoria acumulada.  

Dica da Semana

TV por Assinatura

“Pão Pão Beijo Beijo”:
O canal por assinatura Viva passou a reexibir a novela “Pão Pão Beijo Beijo”, de autoria de Walther Negrão, exibida originalmente em 1983 às 18h. A trama mostrava Ciro, um homem misterioso (Cláudio Marzo) que era disputado por duas irmãs, Bruna (Elizabeth Savalla) e Luiza (Maria Cláudia) e contava com personagens marcantes como o simplório jardineiro Soró (Arnaud Rodrigues), a dona de uma rede de cantinas italianas Mamma Vitória (Lélia Abramo) e uma solteirona que havia sido abandonada no altar Lala Sereno (Regina Dourado). No elenco, a presença de Laura Cardoso, Edwin Luisi, João Carlos Barroso, Tássia Camargo, Flora Geny e Élida Lastorina. Há 39 anos.


 

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